A recente aquisição da obra completa Abade de Baçal, historiador e arqueólogo transmontano de grande reconhecimento nacional, por parte de um coleccionador fez estalar a polémica em Bragança.

A obra revista e anotada pelo próprio foi vendida num alfarrebista no Porto por três mil euros, e levou as estruturas locais do PCP a acusar a Câmara Municipal de ter tido uma atitude \"inaceitável\", reveladora da \"apatia cultural deste Executivo camarário\", divulgou aquele partido através de um comunicado.

O Abade de Baçal, ou seja o padre Francisco Manuel Alves, dedicou a sua vida à recolha de testemunhos arqueológicos e etnológicos na região de Trás-os-Montes, que reuniu nos 11 volumes da obra \"Memórias arqueológicas-históricas do distrito de Bragança\" (1909-1947), ainda hoje muito usada por todos quantos de dedicam à investigação sobre a região. Os comunistas consideram que a obra vendida \"a um preço acessível\" tem um valor \"inestimável\" e, por isso, devia ter sido comprada pela autarquia.

O presidente da Câmara, Jorge Nunes, explicou que a não aquisição pelo município se tratou de \"um lapso\", uma vez que tentou chegar à fala com o detentor na obra, mas nunca conseguiu.

Entretanto, a antiga Casa do Abade, em Baçal, vai ser recuperada para um projecto de turismo rural por parte de um empresário da região, que já receber aprovação do município.



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