O governador civil de Bragança, Jorge Gomes, vai reunir ainda esta semana com os responsáveis dos centros de emprego e concessionárias para tentar enquadrar alguns desempregados do distrito nas obras em curso na região.

«Infelizmente começamos a ter consciência de que o impacto que (as obras) deviam ter no desemprego no distrito de Bragança já não vai ser aquele que esperávamos», disse o responsável, em declarações à Agência Lusa.

O governador ainda acredita, no entanto, ser possível enquadrar nestas empreitadas algumas centenas dos mais de sete mil desempregados inscritos nos centros de emprego.

Jorge Gomes pediu aos quatro centros de emprego do distrito de Bragança um levantamento dos desempregados que reúnam condições para este tipo de trabalho.

A lista dos seleccionados será apresentada às concessionárias num encontro agendado para esta semana, que tem como propósito articular as diferentes entidades para tentar reduzir a lista de desempregados, que continua a aumentar apesar da mão de obra necessária para estas obras que dentro de um ano precisarão de, pelo menos, nove mil trabalhadores no terreno.

«Ficaria satisfeito se conseguisse colocar 500 ou 600 trabalhadores locais mas é evidente que também temos consciência que alguns dos nossos trabalhadores não se querem deslocar para as frentes de trabalho. Temos uma cultura que não se compadece muito com a dinâmica destas obras», argumentou.

O trabalhador da região está habituado, segundo o governador, «a sair de manhã e regressar, se possível até almoçar em casa e não quer ir à segunda e vir à sexta».

Esta realidade, aliada «à situação complicada» de as mulheres serem a maioria dos desempregados, torna «difícil mexer nestes números do desemprego».

Jorge Gomes lança mesmo um apelo aos desempregados: «Hoje temos de ser maleáveis naquilo que fazemos e aproveitar as oportunidades independentemente se é a nossa área».

«Depois de estar lá dentro, as empresas vão vendo e posso mudar de categoria, não posso é perder a oportunidade de trabalhar», considerou.



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