Na passada terça-feira, a PJ libertou um homem de nacionalidade búlgara na casa dos 40 anos detido dois dias antes na sequência de uma acusação de violação por parte de uma jovem de treze anos, da mesma nacionalidade.

Suspenso foi também o interrogatório que estava previsto no Tribunal de Valpaços. A jovem terá admitido, perante a PJ, que estava a investigar o caso, que tinha inventado a história. Terá justificado o acto com uma tradição da comunidade a que pertence no seu país, em que a desonra levaria a um maior dote por parte do noivo.

O homem em causa, que se encontrava a trabalhar na apanha da castanha, em Carrazedo de Montenegro, foi detido pela GNR local cerca das 19h00 de domingo, no quarto que partilhava com outros colegas de trabalho. Não terá oferecido resistência e nem negado nem confirmado a acusação. A detenção surgiu na sequência da queixa apresentada no posto de Carrazedo, cerca das 15h00, pela jovem e pelos pais, residentes numa aldeia de Bragança.

Ali, terão contado que o homem - que, viria a saber-se depois, seria namorado da jovem- a teria ido buscar para passear e que, durante o passeio, a terá vio-lado no interior de um carro. A jovem, confirmou a versão contada pelos pais com um semblante triste e cabisbaixo, o que terá ajudado a convencer os militares da veracidade do caso.

No entanto, quando depois do Hospital de Chaves, foi encaminhada para o serviço de urgência de ginecologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, onde iria ser sujeita a testes que poderiam provar a violação, não terá conseguido manter a versão.

Aliás, terá mesmo confessado à PJ que inventou a história por causa da tradição da comunidade a que pertence, que faria com que aumentasse o dote que receberia do noivo. Sem acusação, nem crime o interrogatório acabou suspenso e o homem libertado.



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