Rio de Onor foi o palco escolhido para a apresentação de uma moção em Assembleia Geral da associação "Autovía León- Bragança" relativa à inclusão da continuação do IP2 entre Bragança e Puebla de Sanabria no Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território.

 

No sábado, dia 2 de junho, teve início às 12h30 na Casa do Touro em Rio de Onor a Conferência de Imprensa relativa à Assembleia Geral da associação “Autovía León-Bragança”. Durante os trabalhos, foi revelada a mais premente intenção da associação. Apresentar uma moção relativa à inclusão da continuação do IP2 entre Bragança e Puebla de Sanabria no Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território (PNPOT). Até porque este programa só estará em discussão pública até dia 30 de junho do corrente ano, conforme corroborado pelo autarca brigantino.

Criada a 9 de Abril de 2008 pela Câmara Municipal de Bragança e pelo Ayuntamiento de León, sob a premissa de exigir dos responsáveis governamentais de ambos os países ibéricos a construção de um corredor internacional que ligue a capital do nordeste a León, a associação vem agora reivindicar a resolução de uma realidade adversa que, nos dias que correm, segundo Hernâni Dias, “é inadmissível”.

“A associação "Autovía León-Bragança foi constituída há muito tempo precisamente para reivindicar esta ligação Bragança-León, a verdade é que há aqui um troço mais curto entre Bragança e a Puebla de Sanabria que tem vindo a ser a parte fundamental de reivindicação para esta ligação a Espanha”, declarou à comunicação social, no final da Assembleia Geral, o presidente da Câmara Municipal de Bragança. De acordo com o, também, vice-presidente da associação, “é inadmissível que, aqui em Rio de Onor, no local onde nos encontramos, uma aldeia emblemática do lado português, um autocarro não consiga passar de Portugal para Espanha”. E exemplifica. “Ainda na semana passada, vinha um autocarro carregado de turistas que queria ir ao lado espanhol, aqui a cinco quilómetros, visitar o Centro Interpretativo, e o que aconteceu foi que o autocarro não passou e tiveram de voltar para trás e fazerem dezenas de quilómetros para poderem lá chegar”, garantiu Hernâni Dias, que considera esta uma “questão premente que deve ser resolvida”.

“Apresentámos uma moção nesta assembleia no sentido de exigirmos que esta ligação Bragança-Puebla de Sanabria passe, também, a constar do mapa que é apresentado no PNPOT”, sustentou o edil brigantino, que viu a moção ser aprovada por unanimidade. O passo seguinte será “enviá-la às várias autoridades, quer do lado português, quer do lado espanhol”.

O facto da aldeia de Rio de Onor ter sido a escolhida para receber esta Assembleia Geral não foi por acaso, mas sim por aquilo que ela representa, bem como pelo simbolismo que ela carrega. “A assembleia foi realizada em Rio de Onor porque é uma aldeia que sendo separada pela fronteira, tem os dois lados, português e espanhol, fazendo exatamente esta ligação entre os dois países e porque é verdadeiramente aquilo que se pretende e porque, também, a ligação que tem de ser feita passa aqui por Rio de Onor, mais concretamente na parte superior da aldeia, onde será construída, também, uma ponte que é aquilo que se prevê que venha a acontecer para fazer a ligação entre Portugal e Espanha”, argumentou Hernâni Dias, que considera esta ligação como sendo de suprema importância. "Não fosse uma decisão política de nível central, se fosse de nível local, teríamos hipotecado todos os nossos meios para fazer esta intervenção, mas não temos essa autonomia", concluiu.

 

“Atualmente, o efeito Túnel do Marão é extremamente relevante, tendo-se verificado um crescimento do tráfego rodoviário entre Vila Real e Bragança de mais de 36 por cento e é curioso, também, que o tráfego de pesados de Portugal para Espanha tenha aumentado 106 por cento desde a abertura do túnel”, Hernâni Dias.

 

Presente na Assembleia Geral, esteve o representante de uma das partes interessadas em solucionar esta problemática equação que se prende com a construção de uma ponte internacional orçada em cerca de 12 milhões de euros que permita a ligação entre Portugal e Espanha. O alcaide de Puebla de Sanabria fala mesmo em falta de vontade política para a concretização do tão desejado eixo rodoviário.  

“Recordo-me que foi em 1991 que começámos a dar voz à necessidade desta ligação Puebla-Bragança e, em 2019, à Puebla chegará o AVE (versão espanhola do TGV) que porá, se esta ligação existir, toda a zona de Bragança mais rápido em Madrid do que em Lisboa”, começou por inferir o, também, vice-presidente da associação, que considera “incrível” que ligação Puebla-Bragança ainda não tenha sido concretizada. “A atual estrada que passa em Rio de Onor é a mesma do século XIX. Ou seja, continuamos a ter uma comunicação na fronteira ideal para o contrabando e não uma estrada que promova o turismo enquanto atividade económica que dinamize ambos os lados da fronteira”, exprimiu José Fernandez que vai mais longe, ilustrando aquilo a que se refere com um exemplo concreto. “Não pode ser que nós no castelo da Puebla onde passam 50 mil visitantes por ano lhes falemos em Rio de Onor, em Bragança, e tenhamos depois de lhes explicar que com um autocarro não podem passar”, frisou o alcaide espanhol, reiterando que “estamos em 2018 e isto é o cúmulo do que não pode ser”.

“Para que é que falamos do despovoamento se para fazermos 42 quilómetros demoramos uma hora?”, questionou o vice-presidente da associação "Autovía León-Bragança", referindo-se à atual ligação que une a capital de distrito do nordeste transmontano à Puebla de Sanabria.

 


Galeria de Fotos


PARTILHAR:

Na Festa da Cereja "o melhor de Alfândega da Fé" vai estar à mesa

Pilotos portugueses esperam bons resultados em Vila Real