Atraso no lançamento do concurso para nova concessão obrigou Governo a fazer ajuste direto com atual operadora para evitar que ligação fosse suspensa. Nova concessão será alargada de três para quatro anos e financiada em dez milhões de euros.

O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas veio esta quarta-feira, dia 5 de dezembro, à Capital do Nordeste para anunciar a abertura do concurso público para a rota aérea Bragança – Vila Real – Viseu – Cascais – Portimão.

O nevoeiro, no entanto, não permitiu a Pedro Marques viajar de avião, tendo-se deslocado de carro até Bragança, mais precisamente ao Aeródromo Municipal, onde chegou por volta das 12 horas. No seu discurso, avançou que o Governo irá subsidiar a ligação aérea intracontinental que une o Norte e o Sul de Portugal e aproxima o interior do litoral, através de uma nova concessão que será alargada de três para 4 anos e financiada com um valor de 10 milhões de euros.

Certo é que a carreira aérea entre Trás-os-Montes e o Algarve já deveria ter sido concessionada, até porque o contrato com a atual operadora, a Seven Air, termina já a 22 de dezembro. E para evitar que ligação fosse suspensa, o Governo teve de recorrer ao ajuste direto.

“Este concurso foi aberto quando tivemos condições de definição das obrigações de serviço público por parte da Comissão Europeia e, obviamente, já estamos em negociações com a própria atual concessionária para fazer este período de transição até à conclusão do concurso através do ajuste direto”, garantiu Pedro Marques à Comunicação Social.

Na perspetiva do ministro, o alargamento da concessão para quatro anos e o facto da mesma ser alvo de um financiamento de dez milhões de euros, “permitirá, certamente, que mais empresas concorram”, bem como, eventualmente, “descansar” os utilizadores desta carreira aérea, pois “a ligação é para manter e por um período largo de tempo”, garantiu, na presença dos autarcas de Bragança e Vila Real.

 

Apesar da paragem de três anos, esta ponte aérea veio reaproximar o interior do litoral e fá-lo há mais de duas décadas. O bilhete de ida e volta para o trajeto mais longo, entre Bragança e Portimão, custa 148 euros.

 

Não obstante, os passageiros continuam a defender vigorosamente a escala de Lisboa na Portela, em detrimento de Tires. “Este facto tem vindo a ser apontado como um transtorno em função do tempo despendido de Cascais até à cidade de Lisboa, mais concretamente, na zona onde o autocarro acaba por deixar as pessoas”, assevera o edil brigantino, Hernâni Dias, que aproveita, também, para reivindicar a transformação do aeródromo municipal em aeroporto regional. “Solicitamos uma atenção especial para este território raiano, que se encontra num processo de despovoamento, no sentido de garantir que mais pessoas se fixem na região, através da transformação deste aeródromo para Aeroporto Regional e que se pode traduzir numa alternativa ao Aeroporto Sá Carneiro, garantindo, assim, que hajam melhores condições no transporte de passageiros para outros destinos, quer a nível nacional, quer internacional”, defendeu o presidente da Câmara Municipal de Bragança.

Apesar deste investimento de dez milhões de euros, Hernâni Dias não deixou de referir que “continua a faltar uma visão mais ampla daquilo que é a coesão territorial, e dou como exemplo a ligação de Bragança a Espanha, através de Puebla de Sanabria, sendo uma prioridade transfronteiriça que estes povos reivindicam".

De sublinhar, ainda, que nos últimos três anos, a taxa de utilização da carreira aérea Bragança – Vila Real – Viseu – Tires – Portimão aumentou de 50 para 80 por cento, tendo sido transportados mais de 12 mil passageiros por ano.

 

 



PARTILHAR:

Jornadas Culturais em Miranda do Douro: "Porque se fazem as Festas?"

“Uma ligação fundamental para o desenvolvimento dos territórios”