Sucessivos aditamentos de contrato da Linha área regional de Bragança até Faro fica encerrada temporariamente a parir de amanha sábado dia 22, centenas de passageiros e cerca de 40 funcionários afetados.

A linha aérea regional que liga Bragança a Faro está encerrada temporariamente a partir de amanhã. Em causa estão os sucessivos aditamentos do concurso que terminou em 23 de dezembro de 2018, conforme afirma Pedro Leal, presidente da SevenAir e piloto responsável pela linha, “andamos a voar desde 2018 até a data e o último aditamento vai-se vencer a 22 de fevereiro deste ano, até agora só recebemos 3 meses de um ano e dois meses. Esta linha é deficitária de cerca 230 mil euros/mês e a empresa é que está a suportar esse valor até à data, não conseguimos aguentar mais”, refere.

Com mais de 2 milhões em falta, a empresa não consegue suportar e continuar com a manutenção da linha aérea, “para receber temos cerca de 2 milhões e 800 mil, tirando os três meses que já nos pagaram, neste momento ficaram a dever 2 milhões e 500 mil. Como no último trimestre de cada ano, fica para o acerto das contas, depois de se fazer a nossa auditoria interna e depois da auditoria do IGF é normal não se receber esses 3 meses. Em falta aqui à empresa está mais 2 milhões e 300 mil euros. O aditamento do contrato que eles queriam fazer mais um, eu não vou fazer, não há verba para continuar a linha, eles não pagam”, afirma Pedro Leal.

Afetando os cerca de 14 mil passageiros que anualmente utilizam a linha, vão ser afetados cerca de 40 funcionários que vêm em risco o seu posto de trabalho, “temos mais de 40 só para esta linha e temos que resolver a situação deles, porque se não conseguirmos nada, a minha esperança é ainda conseguir”, refere.

Com um aumento anual significativo de passageiros, foi em Vila Real que se verificou a maior queda desde o encerramento do Aeródromo “tem vindo a aumentar o número de passageiros, a exceção de Vila Real, a pista está fechada pelo Autoridade Nacional de Aviação Comercial (ANAC), o nosso regulador é que mandou fechar. Eles tinham feito uma reparação há bem pouco tempo na pista porque ela estava bastante ondulada e resolveram o problema do ondulado, mas depois de repente mandaram-na fechar”, afirma.

Relembre-se que foi em junho de 2018 que ocorreu o primeiro abatimento da pista de Vila Real, tendo sido intervencionada e a reparação sido insuficiente. Em julho de 2019 foi encerrado o aeródromo de Vila Real por tempo indeterminado, devido “ao abatimento transversal de um setor central da pista”, conforme explicou na altura, o Presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos.

Ainda sem previsão e adiado por duas vez a sua abertura, a SevenAir ainda não obteve nenhuma informação sobre o regresso a Vila Real, “a primeira vez disseram que era em agosto de 2019, depois a segunda vez disse que era dezembro 2019 e estamos em fevereiro e não temos mais comunicação nenhuma deles, se a linha continuar é um tema para se analisar mais tarde porque realmente foi uma perda elevada de passageiros, cerca de 25% por ano”, conclui. 


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