Depois da lontra estar ameaçada pela extinção na bacia hidrográfica do Douro, aí está ela de regresso a alguns locais deste rio, nomeadamente nas zonas de Foz Tua, Pocinho, Douro Internacional, Pinhão e Régua. Aqui e junto ao cais fluvial turístico, a sua presença tem sido assídua, tendo já feito alguns estragos.
\" São animais bonitos e ficamos contentes pela sua reaparição, mas estão a destruir um núcleo de patos bravos existente\" adiantou, ao JN, o presidente da Associação de Amigos Abeiradouro, sedeada na Régua, Manuel Mota. Este dirigente garante que recentemente viu \"ao anoitecer nas águas do Douro, junto ao cais, uma lontra a atacar um pato\". Apesar destes \"atentados\" aos patos, Manuel Mota é da opinião \"que a lontra do rio deve ser protegida e as autoridades devem vigiar a zona\".
Também na foz do rio Sabor, este animal anfíbio tem sido visto com mais frequência. Na aldeia próxima, Foz do Sabor, os pescadores do rio, têm visto muitas lontras. O retorno da lontra ao leito do Douro é explicado pelo facto de já não existir a caça furtiva, e a recomposição dos seus habitates naturais, após a construção das barragens do Douro.
No cais da Régua, alguns mirones já ficam à espreita para ver a lontras \"passear no cais\", espectáculo que com alguma sorte pode ser visto ao crepúsculo.
A lontra utiliza a vegetação das margens para construir abrigos e aproveita tocas abandonadas e troncos velhos para se proteger. Cria um sistema de galerias com várias entradas, umas subaquáticas e outras ao nível do solo. Vive de 6 a 8 anos. A lontra alimenta-se de peixe, anfíbios, répteis, aves aquáticas, mamíferos, insectos e crustáceos.