O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado, encabeça a única lista candidata à Federação Distrital de Vila Real do PS, cujas eleições decorrem sábado, e aponta como principal preocupação “as pessoas”.

Com 58 anos, Luís Machado exerce funções autárquicas desde 2005, cumpre o terceiro e último mandato como presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião e vai, agora, assumir a distrital socialista.

O até agora presidente da Federação Distrital de Vila Real do PS, o deputado Francisco Rocha, esteve quatro mandatos à frente desta estrutura e não se pode recandidatar ao cargo.

Luís Machado disse hoje que assume este “novo desafio” tendo como principal preocupação “as pessoas” e a “felicidade das pessoas”, no entanto, apontou, são vários temas aos quais a distrital socialista vai estar atenta.

“Tem desde logo a ver com o fator coesão. Um dos exemplos é o preço da água, porque é que nós pagamos a água mais cara do que nos grandes centros urbanos. Porque é que nós não temos os transportes públicos que há nos grandes centros urbanos. São temas que nós temos que trazer para a discussão”, afirmou.

As preocupação centram-se também nas acessibilidades, nomeadamente na construção do Itinerário Complementar (IC) 26, reivindicada há vários anos, e na reparação de vias, bem como as portagens nas ex-SCUT, frisando que se trata de um “fator de desenvolvimento”.

“Reduzir o preço das portagens ou então fazer uma compensação fiscal para quem se instala cá e para as empresas”, especificou.

Outras preocupações são o preço da energia, a potência e a qualidade disponível para os parques industriais do distrito, muitos dos quais estão a ser remodelados e ampliados.

“Temos a questão da saúde, principalmente com os recursos humanos, a forma como se organiza e a necessidade de um médico de família para todos, temos também a questão da educação e a grande dificuldade que nós temos em fixar o corpo docente nas escolas e a partir daí conseguirmos que eles se instalem cá e isso é um trabalho de vários anos”, afirmou.

Outras preocupações destacadas pelo autarca são as alterações climáticas, a agricultura, especificamente a questão do vinho, castanha e batata, bem como o IMI e o IRC, considerando que “não faz sentido” que uma empresa instalada no Porto ou em Gaia e que produza vinho no Douro, “pague os impostos todos em Gaia e não pague a parte da produção na origem”.

“Temos, de facto, um trabalho longo para fazer, mas sempre com o mesmo objetivo de nos focarmos naquilo que é essencial, elaborar cadernos de encargos devidamente fundamentados e, depois, apresentar ao Governo. Tentar influenciar para que o próximo orçamento do Estado já contemple algumas destas medidas”, sublinhou.

Luís Machado disse que o objetivo é criar condições para que as pessoas deste território possam “criar riqueza” e essencialmente para que viver em Vila Real ou num grande centro urbano, como o Porto ou Lisboa, “seja exatamente igual”, o que, frisou, “infelizmente hoje ainda não é”.

As eleições para a distrital socialista decorrem no sábado, podem votar 1.184 militantes e o mandato é de dois anos, havendo novas eleições em 2024, um ano antes das autárquicas 2025.

“Naturalmente já com o horizonte nas autárquicas porque o mandato fica muito perto e já devemos fazer esse caminho. Preparar as autárquicas, mas serenamente com cada concelhia, sem pressas”, afirmou.



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