“Com todas estas manifestações de apoio, estou convencido de que nós temos todas as condições para ganhar com expressão esta eleição e ganhar à primeira volta, e é com esse objetivo que eu vou lutar até ao último segundo por cada voto de cada militante”, afirmou.

Montenegro falava à entrada para uma reunião com militantes em Bragança, o distrito que deu a maior votação ao PSD nas mais recentes eleições legislativas, sublinhando que está a percorrer o país de uma ponta à outra e que está satisfeito com a “mobilização muito forte nesta candidatura”.

O candidato a presidente do PSD comentou as notícias que dão conta da recondução de Mário Centeno à frente do Eurogrupo, considerando que “é bom quando Portugal tem cargos de responsabilidade a nível europeu e mesmo a nível mundial, embora isso traga normalmente mais complicações ao próprio Mário Centeno”.

“Porque ele tem uma versão portuguesa e tem uma versão europeia. Na versão europeia critica as políticas e a situação financeira do país, na versão portuguesa diz que isto é um mar de rosas, portanto, apesar dessa dificuldade, essa dificuldade é mais dele do que nossa”, declarou.

Luis Montenegro falava ao lado do presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, mandatário distrital da candidatura e um defensor da regionalização, que ouviu o candidato afirmar que “neste momento não é oportuno discutir a regionalização”.

Montenegro concretizou que Portugal tem em curso “um processo de descentralização de transferência de competências da administração central para a administração local e intermunicipal e, enquanto esse modelo não estiver concretizado, não estiver em funcionamento”, não existem “condições de avaliar se devem ou não instituir-se as regiões administrativas”.

“Até porque eu vejo pessoas a falar disso, mas não vejo ninguém a dizer quais são as competências que quer carrear para essas regiões. O que é que se quer fazer agora? Transferir-se as competências da administração central para a administração local e ir buscar outra vez à administração local para um patamar intermédio?”, questionou.

Com raízes em Bragança, Luís Montenegro afirmou-se defensor da coesão territorial e lembrou que as primeiras jornadas parlamentares que fez no ano de 2011 se realizaram no Fundão e tinham como motivo principal esse tema.

Como líder parlamentar, indicou, foi o primeiro proponente de um projeto-lei que visava criar o estatuto dos territórios de baixa densidade com medidas discriminatórias do ponto de vista fiscal, defendendo a necessidade de todas as decisões tomadas a nível nacional terem um especial enfoque nestes territórios.

“E continuo a achar que é por aí que nós devemos ir: criar condições para atrair investimento, capacidade de gerar mais oportunidades de emprego porque se não houver emprego de nada vale que as escolas sejam boas, que haja bons equipamentos desportivos, culturais, porque as pessoas não ficam”, sustentou.

Montenegro respondeu ainda a perguntas sobre a comunicação social e defendeu que as plataformas digitais que ganham dinheiro com a comunicação têm de contribuir mais do que contribuem para a sustentabilidade do setor.

“É preciso olhar para estas empresas que não têm um único jornalista - a Google ou o Facebook não têm um único jornalista, mas faturam mais dinheiro do que qualquer um dos órgãos de comunicação que produzem as notícias”, apontou.

Rui Rio (atual presidente social-democrata) e Miguel Pinto Luz são os outros dois candidatos à liderança do PSD, nas eleições de 11 de janeiro.

 

HFI // ROC

Lusa/fim

Fotografia: Direitos Reservados



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