A empresa Lusorecursos esclareceu hoje que a exploração da mina de lítio em Morgade, no concelho de Montalegre, vai ser mista, efetuando-se primeiro a céu aberto e passando depois, à cota das aldeias, para túnel.

O diretor executivo (CEO) da Lusorecursos Portugal Lithium, S.A, Ricardo Pinheiro, disse à agência Lusa que a empresa está em fase de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), como "previsto no contrato de concessão" assinado com o Estado português.

O responsável esclareceu ainda que a exploração da mina vai ser mista e garantiu que “nunca foi sequer equacionada a hipótese de a mina do Romano ser exclusivamente a céu aberto”.

O responsável explicou que os técnicos da equipa de projeto responsável pela elaboração do EIA analisaram as várias hipóteses de exploração da mina.

“Feita a análise dos prós e contras do momento/cota de passagem de mina a céu aberto para a entrada em túnel, foi possível encontrar uma solução equilibrada que conduza a um desenvolvimento sustentável da atividade. Assim, a cota de entrada em túnel será aproximadamente a cota das aldeias mais próximas da área de concessão”, salientou.

Referiu ainda que, no decurso da exploração a céu aberto, vai ser utilizada “uma técnica de mineração à superfície, sem recurso à utilização de explosivos, que minimizará os impactes com o ruído e as poeiras".

A dimensão da cratera resultante da exploração a céu aberto é um dos argumentos da oposição à mina por parte das populações das aldeias de Morgade, Rebordelo e Carvalhais.

Os populares, que se estão a mobilizar e a juntar à volta da Associação Montalegre Com Vida, alegam que não querem na freguesia uma mina a céu aberto com “800 metros de diâmetro e com 350 metros, e que vai trabalhar 24 sobre 24 horas”.

A Lusorecursos, que assinou o contrato de exploração com o Estado em março, já anunciou um plano de negócios para Montalegre, onde prevê investir cerca de 500 milhões de euros, criar à volta de 500 postos de trabalho e implementar uma unidade industrial.

A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável.



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