O Instituto Português do Oriente vai celebrar os 150 anos do nascimento do escritor e diplomata Wesceslau de Moraes com um conjunto de conferências, exposições e o lançamento de um livro sobre o Japão, foi hoje anunciado.
De acordo com o programa, que conta com o apoio do Instituto Camões e da Fundação Oriente, as comemorações têm início a 30 de Maio com o lançamento de um envelope e carimbo comemorativo do evento, seguindo-se, a 31, a abertura da exposição de cartazes "Wenceslau de Moraes, as vidas e obra" e do lançamento do cd-rom da fotobiografia do escritor e diplomata da autoria de Daniel Pires.
No dia 01 e 02 de Junho decorrem as conferências sobre a vida e obra de Wenceslau de Moraes proferidas por Daniel Pires, Pedro Barreiros, Tereza Sena e Carlos Morais José, terminando as comemorações no dia 04 de Junho com o lançamento do livro "Uma imagem do Japão: A aristocracia guerreira nipónica nas cartas dos jesuítas de Évora", da autoria de Ana Fernandes Pinto.
Nascido em 1854 no seio de uma família burguesa mas sem grandes meios, Wenceslau de Moraes começou a escrever poemas aos 18 anos e aos 21 tinha concluído o curso da Escola Naval.
Depois de ter servido em Moçambique, chega a Macau em 1888 e no ano seguinte passa a viver com Atchan, uma rapariga anglo-chinesa de quem teria dois filhos.
Em Macau é promovido a capitão-de-fragata, nomeado vice- comandante do porto e realizada diversas viagens que o levam ao Japão, Tailândia, China e Timor.
Em 1893 separa-se da sua mulher Atchan e seis anos mais tarde abandona a carreira naval para se render aos encantos do Japão e abrir o primeiro consulado português em Kobe e Osaka onde assume o lugar de cônsul.
Convertido ao budismo, Wenceslau de Moraes - que ao longo da sua vida foi escritor, diplomata e um pensador político das alterações do mundo que acabaram por se verificar no século XX com a emergência dos Estados Unidos, Japão, China e Rússia - casa no mesmo ano com a gueisha O-yoné Fukamoto que acabaria por falecer em 1912.
No ano seguinte rompe todas as suas ligações ao Estado português e opta por ficar na pequena cidade japonesa de Tokushima passando a viver com a jovem Ko-Haru, sobrinha de O-yoné.
Em 1916, então com 62 anos, assiste à morte de Ko-Haru, prossegue a sua actividade de escritor e visita diariamente os túmulos das mulheres com que casou no Japão.
A 01 de Julho de 1929, com 75 anos 31 dos quais vividos no Japão, morre sozinho em Tokushima.