O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, alertou hoje para a falta de meios para garantir que os que estão a chegar à região cumprem o isolamento imposto de contenção da covid-19.
“Não conseguimos garantir que cumprem”, afirmou à agência Lusa este autarca do concelho do distrito de Bragança, onde surgiu o primeiro caso confirmado da doença num emigrante regressado de França à aldeia de Lagoa.
Benjamim Rodrigues contou que as autoridades locais têm andado pelas aldeias mais populosas do concelho e “aparentemente as pessoas estão a cumprir”, sobretudo depois de conhecido o caso de Lagoa.
Porém, entende que “as patrulhas da GNR não são suficientes” para fiscalizar e que “há falta de controlo nas fronteiras portuguesas”.
Segundo disse, nos últimos dias entraram no concelho de Macedo de Cavaleiros “cerca de 100 emigrantes” que aumentam a preocupação com a pandemia covid-19 nas aldeias de populações envelhecidas.
“É lamentável quando os emigrantes nos dizem que não foram controlados nas nossas fronteiras”, declarou.
A Comissão Distrital de Proteção Civil de Bragança, na qual têm assento os 12 municípios do distrito, já pediu ao Governo que coloque controlo sanitário na única fronteira de passagem autorizada da região, a de Quintanilha (Bragança), e vigilância 24 horas por dia nas restantes, que estão fechadas.
Em Macedo de Cavaleiros, segundo o autarca, Proteção Civil, Município e GNR estão articulados na sensibilização da população, à qual pedem também que dê conta às autoridades de situações de incumprimento.
Desde que foi conhecido o caso de doença na aldeia que todos os habitantes de Lagoa se encontram em isolamento.
Se dependesse do presidente da Câmara, Benjamim Rodrigues afirmou que tinha “fechado a aldeia”.
“Mas enquanto não tivermos indicações da Autoridade de Saúde, não podemos fazer nada”, afirmou.
As indicações que tem são as de que a população está a cumprir o isolamento.
O município de Macedo de Cavaleiros decidiu, entretanto, readaptar o balcão móvel que levava serviços públicos às aldeias e que passou a entregar medicação e alimentos para que as pessoas, principalmente as mais idosas, não tenham de deslocar-se.