O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, afirmou hoje que quer sair da associação Eixo Atlântico, por não ver retorno da contribuição financeira que a cidade transmontana faz para esta organização.
O autarca adiantou, à margem de um esclarecimento sobre o orçamento municipal para 2020, que a questão está a sair analisada pela Assembleia Municipal por iniciativa do próprio e caberá a este órgão autárquico tomar a decisão final.
Macedo de Cavaleiros é uma das 35 cidades portuguesas do Norte de Portugal e espanholas da Galiza que fazem parte da Associação do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, criada em 1992 para apoiar iniciativas que fomentem a cooperação transfronteiriça, segundo os estatutos daquela organização.
“Que seja bem claro que eu neste momento não vejo qualquer retorno por parte da Associação do Eixo Atlântico, a contribuição que temos dado é igual a qualquer outro município seja do Norte de Portugal, seja da Galiza, e de facto investimento aqui no nosso território não vejo”, afirmou o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros.
O autarca socialista vincou que não está a referir-se apenas aos dois anos em que está à frente do município, mas também aos anos que antecederam este mandado, “em que não há investimento visível” neste território.
Segundo disse, Macedo de Cavaleiros já fez pagamentos em quotas ao Eixo Atlântico “de mais de cem mil euros”, um valor com que, assegurou, teria “feito todos os projetos necessários para o território e certamente com outro tipo de ganho”.
“Não vejo, neste momento que seja justo pedir à população um esforço para contribuirmos para o Eixo Atlântico. Tudo bem que é uma associação que tem interesse no sentido da coesão territorial e coesão transfronteiriça, não vejo é que seja justa a forma como são feitos os investimentos”, acrescentou.
O município de Macedo de Cavaleiros também está a debater a participação em outra associação, a dos Municípios do Baixo Sabor, da qual faz parte junto com os concelhos de Mogadouro, torre de Moncorvo e Alfandega da Fé.
Esta associação nasceu para gerir as contrapartidas da construção da barragem do Baixo Sabor para os municípios que fazem parte da área de influência da albufeira.
Neste caso, de acordo com Benjamim Rodrigues, Macedo de cavaleiros não tem “intenção de sair, mas quer “equilíbrio” na distribuição de investimentos.
“Queremos, sim, que haja uma equidade na distribuição de investimento, uma vez que somos quatro elementos de pleno direito e tem que ser feito um investimento equilibrado nos quatro municípios. Se assim for, estamos de pedra e cal nessa associação”, declarou.
Foto: AP