Quatro dias de Caça e Turismo e I Congresso Humanizar o Turismo terminam com um balanço "extremamente positivo", após terem imprimido uma grande dinâmica económica no concelho macedense.
De quinta-feira a domingo, neste fim do mês de janeiro, Macedo de Cavaleiros recebeu a XXI Feira da Caça e Turismo. Com um número estimado de 28 mil visitantes em quatro dias de certame, o presidente da Câmara Municipal mostra-se satisfeito com os resultados obtidos. “Sobretudo, por toda a dinâmica que este evento gera na cidade e também no concelho. A visita de tantas pessoas, que embora tenham como mote a Feira, acaba por gerar um impacto no seu exterior, claro está, na hotelaria e restauração”, afirmou Duarte Moreno, em jeito de balanço. “Vem refletir-se, depois, em todo o tecido comercial, pois na economia local ao ganharem uns primeiro, também outros negócios ganham depois, ou até já ganharam antes, com a necessidade de os estabelecimentos estarem melhor apetrechados para receberem os seus clientes”, acrescentou o edil macedense, para que o “número de visitantes é muito positivo e deixa-nos satisfeitos. São valores que se enquadram na média registada noutros anos e que se reflete não só no sucesso da Feira, como também na dinâmica económica gerada no tecido comercial”.
De acordo com Duarte Moreno, foi, assim, cumprido “um dos grandes objetivos da câmara municipal na organização de eventos desta envergadura.”
Com, aproximadamente, 160 expositores no certame, muitos deles de origem exterior ao concelho, foram muitos os que pernoitaram em Macedo de Cavaleiros como, por exemplo, caçadores e outros representantes institucionais. Grande parte das unidades hoteleiras do concelho, principalmente, as situadas mais próximas da cidade, acabaram por não conseguir responder às necessidades impostas pelo certame, segundo dados do município.
O número de expositores foi, também, considerado “normal”, pelo espaço afeto à Feira. “O espaço coberto da Feira é de seis mil metros quadrados de área coberta, podia ser maior, podíamos até ter mais expositores, mal tal poderia significar a perda de alguns fatores distintivos desta para as outras feiras. Talvez se perdesse o carácter familiar e acolhedor tão vincado neste evento, entre organização, expositores e visitantes, que não se encontra em um qualquer outro evento”, justificou Duarte Moreno, sublinhando que “são rejeitadas um terço das inscrições”.
O autarca reconheceu, ainda, que “na base do sucesso deste certame” está o envolvimento e a “parceria com a Federação dos Caçadores da 1ª Região Cinegética, as diferentes associações e pessoas que nos ajudam no extraordinário programa, na qualidade dos expositores e na confiança e exigência daqueles que nos visitam”.
Balanço do I Congresso Terras de Cavaleiros - Humanizar o Turismo
O I Congresso Terras de Cavaleiros, dedicado à temática “Humanizar o Turismo” decorreu nos dias 27 e 28 no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.
Momentos antes da secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza presidir à cerimónia de inauguração da Feira da Caça e Turismo, em Macedo de Cavaleiros, agendada para as 18 horas de sexta-feira, dia 27 de janeiro, esteve no Congresso, onde fez o encerramento do primeiro dia do evento, acompanhada pelo edil macedense.
Questionada pelo Diário de Trás-os-Montes sobre que medidas pode o Governo tomar para que se dinamizem as áreas do interior e em concreto aquilo que é a rede nacional de áreas protegidas, incrementando, dessa forma, o turismo, Célia Ramos assegurou que o “Ministério do Ambiente está a encetar um modelo de gestão de proximidade das áreas protegidas, o que significa aproximar a administração dessas áreas protegidas, envolver os municípios e as associações de profissionais, envolver as organizações não-governamentais e envolver, também, as universidades e os politécnicos na gestão das áreas protegidas”.
Outra das medidas defendidas pela secretária de estado passa por “aumentar o contingente de pessoas que trabalham nessas áreas protegidas, designadamente, ao nível dos vigilantes da natureza”, assumindo Célia Ramos que “neste Orçamento de Estado conseguimos dar um input de mais de 20 por cento daquilo que são os nossos vigilantes”.
“No que diz respeito ao turismo, sabemos bem que o turismo de natureza está em expansão. É um turismo que significa uma nova cultura de olhar para os recursos naturais e seu aproveitamento e, portanto, nós estamos com muita esperança de que, por um lado, é possível conciliar o turismo com a conservação da natureza e das áreas protegidas e, a partir daí, aproveitar o grande leque e manancial de recursos que essas áreas protegidas nos disponibilizam e ver essas áreas como ativos capazes de desenvolver uma cadeia de valor, atividades económicas e proporcionar às pessoas que vivem nessas áreas a possibilidade de viverem melhor e que atraiam visitantes”, defendeu a representante do Governo.
Em jeito de balanço do primeiro dia, o presidente da câmara refere ter sido uma estreia gratificante. “Estiveram presentes as pessoas que, de facto, deviam estar, aqueles que sabem falar daquilo que é a UNESCO, dos Geoparques, trocaram-se boas experiências e experiências que são válidas para todos os territórios”, resumiu Duarte Moreno, visivelmente satisfeito pela quantidade de pessoas, sobretudo, à tarde, que decidiram comparecer naquele que foi o primeiro dia do I Congresso, asseverando que haverá aqui uma continuidade.
Quanto ao segundo dia, sábado, 28 de janeiro, incompatibilidades de agenda de última hora impossibilitaram a presença da Prémio Nobel da Literatura, Svetlana Alexijevich, no I Congresso Terras de Cavaleiros. A autora, cuja presença estava em processo de confirmação, informou a organização da impossibilidade da sua presença no início da passada semana. Em sua substituição, a câmara municipal e o Geopark Terras de Cavaleiros convidaram Patrícia Cordeiro, responsável pela inscrição do Carnaval de Podence na Matriz do Património Cultural Imaterial, trazendo para o congresso a tradição dos Caretos de Podence, a um mês do “Carnaval Mais Genuíno de Portugal”.
As novas tecnologias ganharam destaque com a conferência de Vítor Pereira, da Conteúdo Chave, que apresentou uma aplicação turística exclusiva para o concelho de Macedo de Cavaleiros. Esta conferência surge em substituição da prevista para o município de Puteaux, França, cuja presidente, Joelle Ceccaldi Raynaud, apenas conseguiu estar presente no encerramento do congresso.
Também o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte deu a sua opinião relativa ao segundo dia do Congresso Terras de Cavaleiros, dedicado ao "Turismo nos Territórios". “Eu diria que humanizar deve ter lugar em qualquer momento, humanizar é, muitas vezes, aguçar arestas, crispações, divergências e também, porque não? Assinalar boas práticas”, declarou Ricardo Magalhães, salientando o papel preponderante das redes no turismo, adiantando que estas servem para “medir o grau de eficácia”.
GALERIA FOTOGRÁFICA EM: http://www.diariodetrasosmontes.com/fotogaleria/xxi-feira-da-caca-e-turismo