Um grupo de cidadãos promove hoje, em vila Real, uma manifestação silenciosa em defesa do direito das crianças a serem ouvidas em casos judiciais para atribuição do poder paternal.
Esta é mais uma iniciativa a juntar às já promovidas pelo o movimento \"Juntos pela Iara - As Crianças têm Voz\", criado em Vila Real, e que está a recolher assinaturas por todo o país para que as crianças tenham o direito de ser ouvidas em casos judiciais para atribuição do poder paternal.
Délio Carquejo é o porta-voz deste movimento e tio afectivo da menina de seis anos que, de acordo com a decisão do Tribunal Judicial de Vila Real, terá de deixar os pais afectivos, Américo e Graça Carquejo, com quem está desde os 25 dias de vida para se juntar mãe biológica. Segundo o responsável, já foram recolhidas mais de 7000 assinaturas que, no princípio da próxima semana, vão ser remetidas para a Assembleia da República e presidente da República. O objectivo é, segundo Délio Carquejo, que o Parlamento debata o direito das crianças serem ouvidas nos processos de regulação do poder paternal e o que significa exactamente o superior interesse da criança.
Durante esta semana, foram ainda distribuídos autocolantes pela cidade para ser colocados nos veículos com o slogan \"todos por mim\" e colocados outdoors onde se pode ver uma foto da menina (com uma barra negra a tapar os olhos) e os dois filhos do casal, de 20 e 23 anos.
O advogado da mãe biológica, Paulo Souto, já disse que os outdoors são \"ilegais\" e que estão a pÎr em causa a \"intimidade e integridade\" da menina. Paulo Souto salientou que o Tribunal de Vila Real tomou a decisão de retirar a menina aos pais afectivos em \"último recurso\" e devido aos \"obstáculos\" levantados pelo casal que \"impediam a aproximação\" da menina à progenitora.