“Um povo deve medir-se pela sua história e pela sua literatura, assim sendo Chaves está hoje mais rica”. Foi esta a afirmação que o Presidente da Câmara Municipal de Chaves proferiu na abertura da sessão de apresentação do livro “Um amor tardio”, da autoria do escritor Manuel António Araújo.

Para Nuno Vaz, “Chaves tem a grande particularidade de ter um conjunto de cidadãos dedicados à arte de composição das letras, dando-lhes sentido e expressão”, uma oportunidade, segundo o autarca, de conhecer “novos filhos”, referindo-se aos livros, que, muitas vezes, nos fazem refletir e olhar para o passado e perceber, numa perspetiva literária, o que nós hoje somos”, salientou.

A apresentação da obra literária esteve a cargo de Ernesto Areias, que considerou o escritor Manuel António Araújo “um dos grandes autores da atualidade”. O advogado e também ele escritor, classifica o livro de “excelente”, por conter uma “história interessante”. Trata-se, na sua opinião, de uma obra que versa sobre a condição da mulher no mundo rural marcado pela pobreza material e pala submissão ao homem. O enredo decorre numa aldeia da nossa região, que persiste isolada do mundo e cercada de montanhas. Na aldeia, sente-se o ambiente caraterístico do Estado Novo, e a esperança de vida é carateristicamente baixa, levando a cresça a ocupação do cemitério local. Ernesto Areias classifica a linguagem desta obra, que é já nona do autor, de “fluida e bem constituída”, com “descrições duras e verdadeiramente fotográficas”, numa história que culmina com um “final surpreendente e fora da caixa”.

Mais do que falar sobre o enredo da obra, Manuel António Araújo quis desvendar um pouco dos “bastidores do livro”, revelando os acontecimentos que desencadearam a esta história, assim como as suas motivações para a escrita.  Para o autor, “a escrita é um ato individual, um processo criativo completamente livre, um ato de catarse” que, garante, muito o “equilibra”. 



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