O Tribunal de Vila Real marcou para quinta-feira a leitura do acórdão do julgamento de um homem suspeito de dois homicídios qualificados, um na forma tentada, que ocorreram em 2015, no Pinhão, concelho de Alijó.

Manuel Monteiro, 32 anos, começou a ser julgado em março, em Vila Real, pela morte de Joana Nogueira e a tentativa de assassinato de Marta Nogueira, sua companheira na altura, bem como pela posse de uma arma ilegal.

Os crimes ocorreram em abril de 2015, dentro de uma pastelaria na vila do Pinhão, concelho de Alijó.

Na primeira sessão do julgamento, Manuel Monteiro confessou ao coletivo de juízes a autoria dos crimes, disse estar arrependido e referiu que, quando entrou no estabelecimento, não ia com intenção de matar.

O arguido mantinha um relacionamento com Marta, que quis acabar a relação, deixou de atender as suas chamadas e colocou as roupas do suspeito à porta da casa onde viviam no Pinhão.

Manuel Monteiro contou que, no dia 15 de abril, foi à pastelaria para falar com a jovem, que se recusou a falar consigo, e que depois a Joana, prima da companheira e que também trabalhava no estabelecimento, o insultou e ameaçou chamar a polícia.

E foi quando a jovem pegou no telefone que o arguido fez o primeiro disparo e, depois disso, alegou não se lembrar "de mais nada" até estar, dentro do carro, já do "outro lado do rio" e a caminho da Régua.

Manuel Monteiro acabou por se entregar, pouco depois, na esquadra da PSP de Vila Real e, antes disso, deitou a arma do crime ao rio Douro, junto à barragem de Bagaúste.

O Ministério Público (MP) acusa o arguido de "sacar de uma pistola de calibre 6,35 milímetros" e de ter atingido mortalmente Joana Nogueira "com um tiro no rosto".

Depois, segundo o MP, "atingiu com "outros dois tiros a companheira, no rosto e pescoço, só não a matando por razões alheias à sua vontade mas provocando-lhe lesões muito graves".

O MP, nas alegações finais do processo, pediu a pena máxima para o arguido, os 25 anos de prisão.

Marta Nogueira ficou com sequelas que a deixaram completamente dependente e está atualmente internada numa casa de recuperação, na zona da Maia.

A leitura do acórdão só agora foi marcada porque foi necessário recolher a informação clínica de todos os estabelecimentos onde a jovem esteve internada, para comprovar as sequelas dos disparos na jovem.

Manuel Monteiro, natural de Baião, distrito do Porto, encontra-se em prisão preventiva.
Lusa



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