Os autarcas com assento na Câmara Municipal de Alijó juntaram-se aos cerca de 300 viticultores, que no dia 22 de abril marcharam em Alijó pela defesa da sua Adega Cooperativa e para chamar a atenção da situação dos pequenos e médios viticultores durienses.

Com uma grave crise que se prolonga há cerca de dez anos, os pequenos e médios viticultores durienses têm desesperado para conseguir vender as suas uvas a quem pague alguma coisa por elas. Desde 2000 que os preços pagos aos produtores têm descido vertiginosamente, colocando as produções e as vidas dos agricultores em risco.

A Adega Cooperativa de Alijó, refúgio para muitos viticultores durante décadas, tem conhecido muitas dificuldades para superar as suas dívidas. A anterior direção, que no domingo foi substituída, queixa-se que a Caixa Geral de Depósitos não quis renegociar a dívida, inviabilizando a possível retoma económica daquela instituição de viticultores. Cabe à nova direção tentar convencer a instituição bancária a conceder mais tempo para o pagamento das dívidas, que rondam os 7 milhões de euros. Diga-se que cerca de 2 milhões de euros dessa dívida é aos pequenos e médios agricultores que, em alguns casos, não recebem nenhum dividendo há quatro ou mais vindimas.

Para tentar ultrapassar este problema, a CIM Douro encomendou um estudo, que já foi entregue ao Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, que aponta para um caminho que poderá ajudar o Douro a reviver dias mais felizes e a tirar da asfixia económica as suas gentes.
Artur Cascarejo, Presidente da Câmara de Alijó e também da CIM Douro, esteve presente no plenário que antecedeu a marcha, deixando uma mensagem de solidariedade e de trabalho na defesa dos pequenos e médios agricultores e na defesa das cooperativas durienses, apelando à união de todos para ultrapassar esta grave crise. Disse ainda que espera desenvolvimentos positivos até ao dia 08 de maio, data em que irá estar presente na Assembleia da República para uma audiência parlamentar sobre este assunto.

Para a história fica a marcha que desceu a Avenida 25 de Abril em Alijó e que contornou a rotunda do Homem do Douro, numa simbólico abraço a todos os durienses que lutaram para fazer desta região um Património de toda a Humanidade.



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Marcha de trabalhadores

Linha do douro em obras