O Governo vai percorrer o país para conhecer o que de melhor e pior acontece na Saúde em Portugal, numa iniciativa que deverá ocorrer nos próximos dias, indicou hoje a ministra da Saúde.

Marta Temido não concretizou datas, mas confirmou que “há várias iniciativas que estão programadas para conhecer melhor aquilo que é a realidade das coisas boas e das coisas menos boas que acontecem por esse país e irá acontecer nos próximos dias”.

A ministra falava em Vinhais, na inauguração oficial da Unidade de Cuidados Continuados que está a funcionar há mais de meio ano.

A Ministra da Saúde, Prof.ª Dr.ª Marta Temido, visitou esta sexta-feira, dia 08 de março, o Centro de Saúde de Vinhais e a Unidade Hospitalar de Bragança, integrados na Unidade Local de Saúde do Nordeste.

O equipamento acolhe 20 doentes a necessitarem de cuidados depois de alta médica e dá resposta a uma população envelhecida, além de contribuir para fixar a mais jovem com 23 postos de trabalho, como indicou António Alberto, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vinhais, a proprietária da Unidade.

António Alberto alertou, contudo, a ministra de que a comparticipação do Estado para o tratamento destes doentes é a mesma paga em Vinhais como em Lisboa e “viver em Vinhais é muito mais difícil do que em Lisboa”.

“Aqui, ao fim de dois ou três anos, uma viatura está desfeita”, exemplificou, referindo-se ao desgaste das deslocações por longas distâncias e em vias em mau estado e com difícil traçado, de curva contra curva, como acontece com a principal estrada do concelho, que liga Vinhais a Bragança, havendo promessas para a sua requalificação desde há anos.

O presidente da Câmara, o socialista Luís Fernandes, aproveitou a oportunidade para vincar que as aldeias estão longe da sede do concelho e do hospital de referência da região, que é o de Bragança.

A própria ministra testemunhou a dificuldade da principal ligação quando lhe foi dito que pouco mais de 30 quilómetros não é rápido nestas estradas, como partilhou com os presentes.

O autarca local sublinhou a importância da ligação a Bragança, referindo que “um minuto pode fazer toda a diferença ao nível da saúde".

Marta Temido indicou que aproveita esta deslocação ao Nordeste Transmontano para ainda hoje se reunir com os responsáveis da Unidade Local de Saúde e discutir as carências locais.

 

Ministra da Saúde diz que estatuto do cuidador é um processo gradual

A ministra da Saúde, Marta Temido, defendeu hoje que a criação do Estatuto do Cuidador Informal deve ser um processo gradual, à semelhança de outras políticas públicas que começaram por projetos-piloto e foram sendo alargadas.

Marta Temido falava aos jornalistas em Vinhais,  começando por ressalvar não querer “contaminar” a discussão que decorre hoje na Assembleia da República sobre esta matéria.

Ainda assim, defendeu que “construir uma política pública não é sempre um processo de transformação radical” e que “há muitas políticas públicas que começaram por projetos-piloto e que depois foram alargando”.

Segundo disse, aquilo que o Governo está “a tentar fazer com esta proposta de lei é ter uma politica pública de apoio aos cuidadores informais que tenha, desde logo, que manter o foco na pessoa cuidada, ao nível da saúde tenha um conjunto de medidas de apoio à capacitação do cuidador informal, à garantia de contactos no sistema de saúde, ao descanso e ao apoio, mas também um conjunto de medidas que estão pensadas para avançar num processo gradual”, concretizou.

“Eu compreendo que a vontade das pessoas seja de dar passos rápidos, mas nós não conseguimos fugir ao tempo e aos caminhos que temos de percorrer e até à necessidade que temos de ir avaliando aquilo que vamos fazendo”, sublinhou.

A ministra afirmou, contudo, ter “alguma expectativa de que seja possível a Assembleia da República e as comissões parlamentares fazerem o seu trabalho ainda dentro desta legislatura” com resultados visíveis para os cidadãos.

O parlamento debate hoje medidas do Governo e projetos do PSD, CDS e PAN para apoiar os cuidadores informais.

Além da proposta de lei do Governo, são hoje discutidos projetos de lei do PSD, CDS-PP e PAN, todos centrados na ideia de criação de um estatuto, benefícios sociais e fiscais por essa ocupação, regimes laborais especiais e direito a descanso com recurso a unidades de cuidados continuados para a pessoa dependente.

 

Ministra da Saúde espera que nova greve dos enfermeiros não aconteça

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou hoje que o Governo “tem uma vontade séria de negociar” com os enfermeiros e, por isso, espera que a nova greve anunciada para abril não aconteça.

“Aquilo que foi referido foi uma intenção que estava associada à circunstância de o Governo não demonstrar uma vontade séria de negociar, como o Governo tem uma vontade séria de negociar, espero que a greve não aconteça”, afirmou, durante uma deslocação a Vinhais, no distrito de Bragança.

Questionada pelos jornalistas sobre os novos protestos anunciados pelos enfermeiros, no momento em que decorrem negociações entre as estruturas representativas da classe e o Governo, a ministra reiterou que “se a condição da greve é uma vontade séria da parte do Governo, os portugueses já perceberam que o Governo tem uma vontade séria, não pode é fazer aquilo que está para além das suas possibilidades”.

O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) anunciou na quinta-feira a realização em abril de uma “greve geral, prolongada e muito dura”, depois de uma reunião com o Governo que marca o início de um período de negociações.

O presidente do Sindepor, Carlos Ramalho, disse no final da reunião que a greve é para que “de uma vez por todas se entenda que os enfermeiros querem negociar, mas querem negociações sérias”.

Em Vinhais, Marta Temido lembrou hoje que “neste processo de discussão desta carreira de enfermagem, independentemente daquilo que vem já de trabalho realizado pelo anterior titular da pasta” também ela já teve “variadíssimas reuniões com as estruturas sindicais”, com a tutela a procurar uma “aproximação às reivindicações da profissão”.

“A reivindicação principal era a criação da categoria de especialista, isso está garantido, está publicado em boletim do trabalho e emprego, agora o que estamos a receber nesta fase de consulta pública são as opiniões que os vários atores nos queiram fazer chegar sobre o diploma que foi aprovado em Conselho de Ministros”, sustentou.

O processo de auscultação pública terminará em 28 de março e no final o Governo analisará os contributos que lhe fizerem chegar e, segundo a ministra, tentará “obviamente, se houver espaço para isso, acolhê-los”.

A ministra referiu ainda que estão em curso também, e continuarão a ser mantidas, “outras negociações sobre outros temas que não estritamente a carreira”, nomeadamente, a avaliação do desempenho, a questão da organização do tempo de trabalho”.

Sobre a manifestação de hoje dos enfermeiros, a governante disse não ter “nenhum comentário a essa forma de expressão”.

“Naturalmente que respeitamos todas as formas de protesto quando elas respeitam os cânones que estão estabelecidos para aquilo que é a expressão enquadrada de manifestações e, portanto, nada a referir quanto isso”, declarou.

A ministra sublinhou que o que mais gostaria de assinalar hoje é que é o Dia Internacional da Mulher, além da circunstância de estar em Vinhais a inaugurar uma Unidade de Cuidados Continuados.

Para Marta Temido, estes equipamentos mostram que o país “está a avançar” e contrariam “as vozes que dizem que não se passa nada, que não se faz nada, que estamos pior”.

 



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