A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu, ontem, cerca de 700 quilos de carne congelada, no matadouro do Cachão, grande parte dela deteriorada e imprópria para consumo. O presidente do Conselho de Administração da empresa que gere aquela infra-estrutura foi constituído arguido pelo Ministério Público.

Na operação, a ASAE apreendeu 56 leitões e cinco peças de rosbife de vitela, no total de 470 quilos, que estavam estragados e impróprios para consumo, sendo selada e destruída.

Aquela entidade apreendeu, ainda, 35 borregos - cerca de 260 quilos - que estavam congelados em vácuo sem o devido licenciamento para aquele tipo de congelação. Por causa disso, foi instaurada à empresa uma contra-ordenação e a carne foi distribuída por instituições de solidariedade social de Mirandela.

O presidente do Conselho de Administração da AIN revela que o túnel de congelação \"nunca foi utilizado pelo matadouro\" e que não está operacional \"porque não está licenciado\". António Mendonça esclarece que o caso está ainda a ser alvo de inquérito interno, mas avança que, \"provavelmente, o que terá acontecido é que se trata de carne que não foi vendida e, como não havia destino para lhe dar, foi congelada.\"

António Mendonça considera que não foi um procedimento que vá prejudicar a imagem do matadouro porque \"a população sabe que o matadouro do Cachão não vende carne congelada.\"

A operação foi realizada por elementos da delegação de Trás-os-Montes da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, instalada na Quinta do Valongo, Mirandela, há cerca de um ano.

Recorde-se que o matadouro do Cachão passou, em Outubro do ano passado, para as mãos da Agro Industrial do Nordeste, empresa constituída com o capital social das autarquias de Mirandela e Vila Flor, que gere o complexo agro-industrial do Cachão.

A aquisição foi alvo de um processo de dois anos, dado que necessitou da autorização do Governo porque a empresa que geria o matadouro, a PEC Nordeste, tinha 92% de capitais públicos.



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