O matadouro do Cachão, em Mirandela, reabre na segunda-feira depois de obras de requalificação impostas por uma fiscalização que obrigou ao encerramento das principais linhas de abate da maior estrutura do género do Nordeste Transmontano, foi hoje divulgado.

A Câmara de Mirandela, responsável pelo matadouro junto com o município de Vila Flor, informou hoje que “o Matadouro Industrial do Cachão (MIC) abre portas, tal como foi anunciado, na próxima segunda-feira, 18 de fevereiro”, depois da requalificação “feita com a maior celeridade possível para que a estrutura ficasse rapidamente à disposição da região, dada a sua importância”.

Desde antes do Natal que o matadouro se encontra encerrado, obrigando os produtores a recorrer a outros equipamentos de Bragança, Vinhais e Miranda do Douro, “com transtornos, implicando custos elevados devido à distância”, como realçaram os responsáveis pela estrutura.

Durante o período de encerramento de quase dois meses, o Matadouro do Cachão continuou “a disponibilizar o transporte para fazer a entrega das carcaças”, como forma de apoio aos produtores.

As obras realizadas consistiram na colocação de tubagem nova, pintura paredes, tetos e chão, pintura das linhas de abate, substituição da ventilação, eletrocutores e portas.

De acordo com o município de Mirandela, a intervenção já estava prevista para iniciar no mês de janeiro, mas foi antecipada pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que, no dia 20 de dezembro de 2018, determinou a suspensão da atividade, apontando causas estruturais relacionadas com a antiguidade da infraestrutura

“Uma infeliz coincidência, visto que no mês de dezembro, época de Natal, é quando se realizam mais abates”, lamenta a autarquia numa nota divulgada hoje.

De acordo com números do ano anterior (2018), “no período em que esteve encerrado, o Matadouro do Cachão deixou de abater cerca de 2.500 animais”.

“O Matadouro Industrial do Cachão reúne agora todas as condições para funcionar em pleno e servir a região”, conclui.

Segundo dados oficiais, este equipamento “abate, anualmente, cerca de 20 mil animais e emprega 26 pessoas”.

A ASAE ordenou o encerramento das linhas de pequenos ruminantes e bovinos devido à degradação das instalações e falta de manutenção, e impôs medidas corretivas que começaram a ser executadas no início de janeiro.

O Cachão é um dos matadouros com mais movimento na região e na semana de 21 de dezembro e, aquando da inspeção da ASAE, já tinha abatido “2.000 pequenos ruminantes e 200 bovinos”.

Os municípios de Mirandela e Vila Flor, no distrito de Bragança, partilham a gestão do matadouro e garantem há mais de uma década a viabilidade financeira com 360 mil euros por ano.

As obras agora realizadas são também um passo para a requalificação do antigo complexo do Cachão, onde está instalado o matadouro.

A primeira etapa do processo de requalificação ficou concluída com a retirada dos resíduos queimados em dois incêndios nos armazéns de uma fábrica de papel e plástico, a Mirapapel.

Segue-se a requalificação dos espaços afetados, a qual tem promessa de apoio do Governo para a candidatura que deverá ser feita este ano.

O antigo Complexo Agroindustrial do Cachão (CAICA) recebeu o nome da aldeia onde está instalado, em Mirandela, e foi durante largos anos o principal empregador da região, mas acabou por falir, na década de 80.

Em 1993, as Câmaras de Mirandela e Vila Flor assumiram a administração do antigo complexo agora denominado AIN - Agroindustrial do Nordeste, que arrenda ou vende os espaços.

Atualmente estão instaladas no local cerca de uma dezena de empresas com mais de cem postos de trabalho, que chegam aos 250 em atividades sazonais, segundo a administração.

Foto: Creditos Equipa de Balerit



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