Os rebanhos que pastam na serra de Ribalonga, no concelho de Alijó, estão a ser alvo de ataques de matilhas de cães selvagens nos últimos dias. Joaquim Ribeiro, pastor desde os 9 anos, enquanto vai fechando a cerca do seu gado, vai perscrutando o horizonte recortado das serranias do alto do Pópulo.

\"Não vá nenhum cão esfomeado aparecer\", diz. \"Não largam as crias, nem as cabras feridas. Abandonam os cães, durante a época da caça, nos montes e depois os animais ficam selvagens com a fome. Chegam a nascer alguns na serra\", garante.

Este pastor tem um rebanho de 420 cabras, o maior do concelho de Alijó e da região transmontana. Para o futuro, está preocupado. \"Se isto continua assim, qualquer dia vão atacar mesmo no curral\", referiu. \"Valem os meus cães para afastar os outros que são selvagens\", sublinhou.

Ao que apuramos, outros pastores da zona e cujos rebanhos pastam nos altos da serra do Pópulo, têm tido prejuízos devidos aos ataques dos cães selvagens, alguns deles de grande porte, conforme asseguraram outros pastores.

António Cortes garantiu ao JN, que \"os cães andam, por vezes, em matilhas de cinco ou mais. Vêm pelo alto do Pópulo, e dos montes de Perafita, Fiolhoso, e de mais longe\", disse o pastor, que já teve oportunidade de estabelecer um contacto maispróximo com a fauna assassina.\"Primeiro andavam a dizer que eram lobos, mas agora já vi com os meus olhos que não são\", garantiu.

Além do concelho de Alijó, estas autênticas \"alcateias\" de feras à solta têm provocado grandes estragos nos concelhos de Vila Pouca de Aguiar, Murça, Sabrosa e Vila Real.

A estes cães errantes ainda ninguém conseguiu por a mão. Apenas numa aldeia de Vila Pouca de Aguiar tentaram apanhá-los com armadilhas, mas o que acabou por ficar preso foi uma águia real.



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