Os responsáveis do comando territorial da GNR, em Bragança, estão a averiguar as circunstâncias em que um radar fotográfico, utilizado no controlo de tráfego, foi danificado com um ácido, dentro das próprias instalações da guarda.

O comandante do destacamento, tenente-coronel Fernandes, confirmou, ao JN, que o radar foi dado anteontem como inoperacional. Porém, não quis fazer mais comentários sobre o assunto além de que não confirmava nem desmentia que aquele aparelho fora danificado por alguém que lhe atirou ácido. «O caso está a ser apurado, pelo que é cedo para fazer qualquer comentário», referiu o tenente-coronel Fernandes.

O instrumento de controlo de tráfego foi encontrado molhado dentro da própria mala, onde é habitualmente guardado, pelos militares da equipa responsável pela fiscalização de contra-ordenações que se haviam deslocado para uma estrada para começar a trabalhar.

Foram recolhidas amostras do líquido e entregues à Polícia Judiciária Militar, que está a investigar o caso. O radar foi dado como inoperacional nessa altura, mas ontem o comandante do destacamento admitiu que continuava sem estar próprio para trabalhar. Segundo uma fonte do quartel de Bragança, o episódio poderá estar relacionado com o mau ambiente que se vive actualmente no seio da GNR, por causa da extinção da Brigada de Trânsito.

O responsável pela Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda, José Alho, preferiu não emitir opiniões sobre este caso concreto, mas disse que «é revelador do mal estar que se vive. São atitudes de desespero motivadas pela extinção da Brigada de Trânsito - que considero um erro político». E salientou: «Os militares da BT não têm formação desde Janeiro, não se sabe até onde isto irá parar».

Ontem, apesar de várias tentativas, não foi possível contactar os responsáveis da Unidade Nacional de Trânsito de Bragança.



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