Foi ontem entregue na Fundação de Serralves no Porto à Secretária de Estado do Ambiente um dossier para a criação do Conselho de Avaliação da Gestão dos Parques Naturais.
Aproveitando uma deslocação ao Porto, a secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, recebeu ontem uma Delegação da Rede Ibérica Ocidental para uma Nova Ordenação Raiana (RIONOR) para analisar a situação crítica em que se encontram os agricultores dos territórios raianos do Noroeste Ibérico. O encontro teve lugar pelas 10 horas na Fundação de Serralves esta quarta-feira, dia 11 de janeiro.
Formalizada a constituição da RIONOR a 1 de outubro de 2016, a audiência surge, agora, de acordo com o seu presidente, como “resposta aos anseios das populações locais, na medida em que a falta de diálogo por parte dos serviços oficiais, foi uma das queixas mais escutadas nos Conselhos Raianos sobre as Áreas Protegidas, realizados em 2015 e 2016”. Segundo Francisco Manuel Alves, constitui, ainda, “uma renovada esperança para que no futuro se envolvam as populações nos diferentes projetos como a melhor forma de assegurar o seu êxito, de acordo com experiências levadas a cabo noutros países”.
Os representantes dos agricultores que integram a Delegação da RIONOR, fizeram chegar, pessoalmente, um dossier à secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza com um abaixo-assinado para a criação do Conselho de Avaliação da Gestão dos Parques Naturais, subscrito por cerca de 700 residentes no Parque Natural de Montesinho, com as Resoluções / Recomendações dos Conselhos Raianos sobre as áreas Protegidas e com uma relação com as multas e os prejuízos causados pelos animais selvagens nas produções agrícolas.
A Delegação da RIONOR espera, ainda, o consentimento de Célia Ramos para a promulgação de um novo ordenamento do território que dê resposta às aspirações das populações locais e que consiga travar o crescente despovoamento. “Estes são, sem dúvida, os problemas de fundo mais relevantes e cujas soluções não se afiguram fáceis”, assegura a figura máxima da RIONOR, referindo-se às declarações proferidas por um perito da Universidade de Salamanca nos Conselhos Raianos. “Se não conseguirmos revitalizar económica e demograficamente os territórios raianos, todo o património cultural e ambiental que os nossos antepassados nos legaram, estará irremediavelmente condenado à destruição e à morte”, testemunhou, na altura, Arsénio Dacosta.