Nos últimos anos, o número de cidadãos portugueses a trabalhar no estrangeiro terá diminuído em cerca de 215 mil. Já o movimento migratório para Angola subiu de 156 para 23 mil. Em 2009, havia quase um milhão de lusos a trabalhar por toda a Europa.

Entre 2005 e 2009, cerca de 350 mil portugueses rumaram para fora de portas à procura de melhores oportunidades. Segundo o director do Observatório de Emigração, Simões Bento, no ano passado a média de 70 mil migrações anuais terá diminuído. E, se se contabilizarem os números totais de portugueses fora do país, há, hoje, menos 215 mil emigrantes do que em 2005.

De acordo com os dados do Observatório, compilados pelo deputado Paulo Pisco, entre 2005 e 2008 a diápora portuguesa ter-se-á reduzido em 215 mil emigrantes. Os países que viram diminuir mais o número de portugueses foram França (-224 mil), Venezuela (-133 mil) e África do Sul (-100 mil). Já os países que viram aumentar o número de portugueses foram Reino Unido (+100 mil), Estados Unidos da América (+90 mil), Canadá (+53 mil), Espanha (+49 mil), Suíça (+30 mil), Luxemburgo (+11 mil), Holanda (+1200) e Andorra (+1800).

Recentemente, a migração para Angola tem sido um fenómeno surpreendente. Basta atentar no número de vistos emitidos por Luanda para portugueses. Em 2006 foram emitidos 156 vistos. No ano passado, 23 787 portugueses obtiveram autorização para trabalhar naquele país africano.

Numa radiogradia às migrações dentro da Europa, o Eurostat assinala que há 965 mil portugueses espalhados por 27 nações. É em França que se encontra o maior número de cidadãos lusos, cerca de 492 mil. Naquele país a comunidade portuguesa é mesmo a maior comunidade dos 3,6 milhões de estrangeiros ali residentes. Os argelinos, com 477 mil, são o segundo grupo mais representativo.

Os outros países europeus onde estão instaladas as maiores comunidades lusas são Suíça (183 mil), Espanha (140 mil) e Alemanha (114 mil), sendo que também há mais de 100 mil portugueses a residir no Reino Unido.

Por outro lado, nos últimos anos, o dinheiro enviado pelos emigrantes está em queda contínua. Segundo dados do Banco de Portugal, desde o ano de 2000 que as remessas anuais diminuíram em mais de um terço. Se em 2000 a diáspora portuguesa enviou para a sua terra natal 3459 milhões de euros, no ano passado apenas chegaram 2282 milhões.

A crise económica terá aqui algum peso, mas os motivos reais estão a montante, afirmam os especialistas. Desde logo a diminuição do fluxo migratório e, por outro lado, o envelhecimento da diáspora e o crescente afastamento da segunda geração relativamente a Portugal. Ou seja, já não enviam dinheiro, pois não esperam vir para cá.

Já o dinheiro enviado de Angola vem crescendo, e muito, tendo mesmo quintuplicado nos últimos cinco anos. Em 2004, as remessas enviadas foram de 20,6 milhões de euros, e no ano passado foram de 103,4 milhões. Esta subida permitiu que, no mesmo período de tempo, o saldo entre remessas enviadas e recebidas entre Angola e Portugal aumentasse dez vezes, de 9,5 milhões para 91,1 milhões.



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