O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, classificou hoje de «meras especulações» todas as «hipóteses levantadas até agora na comunicação social» sobre o eventual encerramento de maternidades.
\"São meras especulações porque ainda não tomámos nenhuma decisão\", disse o ministro, em Bragança, um Distrito onde nas últimas semanas a possibilidade de encerramento de uma das duas maternidades da região tem gerado controvérsia.
O ministro foi questionado pelo presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, acerca deste assunto, tendo garantido que \"qualquer decisão terá sempre em conta vários factores, nomeadamente as distâncias geográficas\".
O Nordeste Transmontano tem duas maternidades, uma em Mirandela e outra em Bragança, num território com cerca de 150 quilómetros e uma população dispersa.
O presidente da Câmara de Mirandela, o social-democrata José Silvano, já ameaçou o Governo com \"a maior manifestação de sempre, se for sequer colocada a hipótese de encerramento da maternidade\" local, que serve sete concelhos do sul do Distrito.
O ministro da Saúde pediu \"calma e serenidade\" e afirmou que as decisões só serão conhecidas \"dentro de um a dois meses\" e \"não serão tomadas em segredo, nem às escondidas das populações\".
Luís Filipe Pereira garantiu que a \"decisão será clínica e não política\".
Segundo o ministro, para já existe apenas um relatório preliminar de um estudo encomendado há cerca de nove meses a uma comissão de especialistas, presidida por Albino Aroso.
O estudo, explicou, tem como objectivo avaliar a situação existente no sector a nível nacional, com vista à \"racionalização de serviços com a valência de materno-infantil, visando a melhoria, a segurança e garantia de qualidade dos cuidados hospitalares\".
\"A discussão final do referido estudo não foi sequer realizada\", afirmou o ministro, reiterando que todas as hipóteses levantadas são \"meras especulações\" e que as decisões que vierem a ser tomadas serão posteriormente anunciadas.
O ministro referiu que um dos factores que contribuiu para a melhoria das taxas de natalidade em Portugal foi \"a tomada de decisões corajosas há 15 ou 16 anos que levaram ao encerramento de 150 locais de nascimentos no país\".