A enóloga e delegada Celeste Marques foi hoje eleita presidente da mesa do conselho regional de viticultores da Casa do Douro, restaurada como associação pública de inscrição obrigatória.
A tomada de posse da direção e dos delegados do conselho regional de viticultores realizou-se no dia 27 de janeiro, mas, depois de dois empates das listas propostas para a mesa do conselho, foi remarcada para hoje a eleição deste órgão.
Foram submetidas duas listas, tendo Celeste Marques, eleita por Saborosa, conseguido 26 votos e Marinete Alves, eleita pelo Peso da Régua, 24. Um dos 51 delegados não compareceu.
“Somos 51 delegados pela região do Douro e eu sou presidente de todos os delegados. Um Douro unido é isso que nós queremos”, afirmou Celeste Marques aos jornalistas, após a reunião que decorreu no salão nobre da Casa do Douro, no Peso da Régua, distrito de Vila Real.
Embora para a eleição da mesa não tenha havido um consenso, a dirigente quer que, a partir de agora, este seja um conselho regional “de união” e onde todos “remem para o mesmo lado”.
Até porque, referiu, os manifestos das candidaturas apresentadas às eleições, que decorreram no dia 21 de dezembro, “não diferem muito” e, por isso, “alcançar uma união nos temas a tratar não vai ser difícil”.
“O que está em foco é a região, são os nossos viticultores e é isso que importa”, salientou, lembrando que o trabalho de refundação da Casa do Douro também vai “ser muito difícil” porque “vai ser preciso recomeçar do zero e partir muita pedra”.
A mesa do conselho é composta pela presidente, Celeste Marques, o vice-presidente, Feliciano Amaral, e ainda três secretários.
Para a direção da Casa do Douro foi eleito Rui Paredes, que tem como vogais Fernando Alonso e Justina Teixeira. O mandato é de três anos.
O conselho regional é composto por 51 membros eleitos por sufrágio direto dos associados singulares, sendo depois designados representantes das adegas cooperativas, cooperativas agrícolas e associações de viticultores.
Segundo Celeste Marques, para o dia 15 de fevereiro foi agendada uma reunião que terá como objetivo discutir a entrada dos delegados coletivos.
Criada em 1932 para representar os produtores de vinho da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo – o Douro – a Casa do Douro viu os seus estatutos alterados em 2014, passando a ser uma associação privada de inscrição facultativa, depois de anos asfixiada em dívidas ao Estado e a credores privados.
Depois de uma tentativa em 2019, primeiro vetada pelo Presidente da República e depois considerada, em algumas normas, inconstitucional pelo Tribunal Constitucional, a associação foi restaurada em janeiro de 2024.