A Câmara de Mesão Frio vai instalar, numa antiga escola primária, o Museu do Barco Rabelo para homenagear a embarcação que antigamente transportava o vinho da região para o Porto, disse hoje o presidente da autarquia.
As obras de recuperação da antiga escola primária da Rede já arrancaram e, segundo afirmou à agência Lusa Alberto Pereira, presidente da Câmara de Mesão Frio, o novo espaço deverá ser inaugurado a 30 de novembro.
“Pretendemos preservar a memória de todos os que viveram do rio e para o rio no nosso concelho”, afirmou o autarca.
O novo museu pretende ser mais um polo de atração turística para este município do distrito de Vila Real e, no seu interior, vai ser contada a história do barco rabelo.
Trata-se de uma embarcação típica do rio Douro que, antigamente, transportava as pipas de vinho do Porto da região demarcada, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia - Porto, onde o vinho era armazenado e, posteriormente, comercializado e exportado.
Neste museu, segundo o autarca, haverá uma recriação de um barco e serão lembradas as três barcas de passagem, que neste concelho faziam o transporte entre as margens do rio.
Alberto Pereira adiantou que, no dia da inauguração, prevista para 30 de novembro, será também apresentada “uma obra literária sobre as barcas de passagem”.
O edifício terá ainda uma sala de projeção de filmes sobre a história e as viagens de rabelo e um espaço de exposição do artesanato da região, nomeadamente as castanhetas de Barqueiros (castanholas), um instrumento que os homens do rancho daquela localidade tocam com as mãos durante a sua música tradicional, a chula.
As castanhetas são produzidas por um artesão local e, segundo o autarca, pretende-se também “certificar este instrumento”.
Estas ações fazem parte do projeto da autarquia que pretende preservar a memória das gentes ribeirinhas do concelho, com a denominação “Homens do Rio Douro - Barcos e Barqueiros”, partilhando “as memórias de todos quantos viveram do rio e para o rio ao longo dos séculos”.
No concelho de Mesão Frio existe a aldeia de Barqueiros, onde se instalaram muitos dos homens que levavam os barcos rabelo desde o Douro até ao Porto.
O projeto representa um investimento de cerca de 250 mil euros e conta com financiamento do programa Provere - Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos.