O metro de Mirandela que assegura os transportes na linha do Tua há mais de 20 anos vai desaparecer com a entrada em funcionamento do novo plano de mobilidade prevista para o verão.

A informação foi avançada à Lusa pelo presidente da empresa municipal e da Câmara de Mirandela, António Branco, que tenciona suprimir este transporte também no troço entre Carvalhais e Mirandela, que é da responsabilidade da autarquia e deu origem ao metro.

António Branco vai substituir gradualmente o metro pelos transportes urbanos municipais, mas não afasta a possibilidade de as carruagens e outros recursos poderem participar do novo plano de mobilidade turística e quotidiana do vale do rio Tua, em termos diferentes dos atuais.

A empresa municipal responsável pelo metro está na lista das que a Administração Central determinou que deviam encerrar por prejuízos sucessivos.

A particularidade do serviço que presta e desta zona tem mantido o metro a funcionar prestando serviço no troço urbano entre Mirandela e Carvalhais e, há mais de 20 anos, nos cerca de 50 quilómetros da ferrovia, entre Mirandela e o Tua, ao serviço da CP.

A circulação na linha foi desativada, em 2008, depois de sucessivos acidentes, e as carruagens do metro fazem, desde então, apenas os 15 quilómetros entre Mirandela e o Cachão, a pensar nos trabalhadores do antigo complexo industrial.

A empresa municipal do metro acabou também por assumir a gestão do transporte rodoviário alternativo ao comboio, entre o Cachão e o Tua recebe uma contrapartida financeira anual da CP no valor de 230 mil euros.

António Branco não sabe ainda como vai ser este ano, já que o acordo terminou a 31 de dezembro e os transportes alternativos, feitos por táxis continuam a circular, mas o acordo ainda não foi renovado.

"Tem sido sempre difícil", como observou à Lusa, mas o dinheiro acaba por chegar.

A intenção do presidente é desativar e extinguir o metro logo que o plano de mobilidade para o vale do Tua esteja operacional, o que se prevê para "junho/julho".

O plano será concessionado a um operador privado, o empresário dos passeios de barco no Douro, Mário Ferreira, com uma vertente turística que contempla um comboio histórico e barcos, e outra de transporte quotidiano para as populações com outro tipo de comboio e transporte rodoviário, onde a ferroviária ficou submersa, entre a Brunheda e o Tua, pela nova barragem que financia o projeto como contrapartida.

Se o operador privado assim entender, as carruagens do metro poderão continuar a assegurar o transporte às populações, mas a prestação desse serviço será, contudo, diferente dos moldes atuais.



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