A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, apontou hoje a investigação que se faz no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) como exemplo da valorização dos territórios do Interior por assentar num trabalho em rede com a realidade local.

A governante visitou hoje os dois centros de investigação do politécnico de Bragança, um da área da robótica, o CEDRIC, e outro da Montanha, o CIMO, avaliados de “excelência” pelas entidades competentes, como a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

O CIMO foi criado e coordenado pela investigadora Isabel Ferreira, agora secretária de Estado da Valorização do Interior, que acompanhou hoje a ministra durante uma visita a Bragança, em que Ana Abrunhosa defendeu que o politécnico tem condições para criar o primeiro laboratório associado do interior de Portugal.

Um laboratório associado é uma figura que junta os centros de investigação e que, para a ministra, “seria mais um passo no caminho da excelência que o politécnico tem feito”, além de permitir “acesso a outros recursos por parte do Ministério da Ciência e de Ensino Superior” e posicionar o politécnico “noutro patamar para fazer redes internacionais e candidaturas a fundos geridos diretamente pela Comissão Europeia”.

“O IPB e os centros de investigação que tem são uma inspiração. Este é outro exemplo de que o interior não está condenado”, afirmou a governante, realçando o trabalho feito em “profunda articulação com os territórios do interior”.

O politécnico de Bragança tem nove mil alunos, um terço dos quais são estrangeiros e tem sido distinguido e referenciado pela investigação que ali se realiza, tornando-se numa “referência internacional”, como sublinhou Ana Abrunhosa.

“Na questão agroalimentar é também um politécnico de referência porque a investigação que faz, fá-la com as empresas, é um processo de cocriação, o trabalho que faz tem um impacto extraordinário na economia local”, considerou.

A ministra realçou também a capacidade desta instituição de, através do parque tecnológico Brigantia Ecopark, atrair empresas de base tecnológica e ajudar a diversificar a base económica e a reter os estudantes que ali se formam.

“E na área do agroalimentar nós gostaríamos muito que esta experiência do politécnico de Bragança pudesse alargar-se ao interior do país, que os politécnicos pudessem trabalhar em rede com as autarquias e outras instituições”, acrescentou.

Para a ministra, não há coesão territorial sem se “conhecerem bem as realidades e, sobretudo, os exemplos que inspiram”.

Ana Abrunhosa entende que “não é por falta de recursos que os territórios não se desenvolvem”, mas “é sobretudo na forma como usam esses recursos” e considera que “Bragança é também um exemplo da forma como se trabalha em rede, como se está de forma muito ativa e se enfrentam os problemas, da forma muito resiliente”.

“Nós temos que nos inspirar nestas pessoas porque esta ideia do fatalismo dos territórios muitas das vezes passa mais do que os aspetos positivos que temos a transmitir destes territórios”, defendeu.

Esta visita serviu também para ultimar os preparativos para a mudança de parte da Secretaria de Estado da Valorização do Interior que, a partir de segunda-feira, funcionará nesta cidade, no Brigantia Ecopark, com os transmontanos que fazem parte da equipa, nomeadamente a secretária de Estado e três técnicos.



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