A ministra da Agricultura reiterou hoje, por várias vezes, desconhecer qualquer tipo de processo judicial que arrastasse Carla Alves, a secretária de Estado da Agricultura que se demitiu na semana passada.

“Eu vou repetir aquilo que tenho dito, o conhecimento que tinha é que não havia qualquer processo judicial que envolvesse a engenheira Carla Alves. Não tinha qualquer informação que a envolvesse em qualquer tipo de processo judicial”, afirmou Maria do Céu Antunes, à margem de uma visita a locais afetados pelas intempéries, em Mesão Frio, distrito de Vila Real.

A governante justificou a escolha de Carla Alves para secretária de Estado da Agricultura, como sendo uma “pessoa muito querida da região, dos seus agricultores, que estava no ministério desde 2018 e tinha todas as condições”.

Perante a insistência dos jornalistas relativamente ao caso de Carla Alves, que apresentou na semana passada a sua demissão por entender que não dispunha de "condições políticas e pessoais" para iniciar funções, um dia após a tomada de posse, a ministra reiterou: “Eu não sabia que houvesse qualquer processo que arrastasse a engenheira Carla Alves para esta situação. Eu não sabia, repito, outros esclarecimentos adicionais darei depois”.

Maria do Céu Antunes disse não ter mais nada a acrescentar neste momento e remeteu para a audição no parlamento na próxima quarta-feira.

“Na quarta-feira de manhã estarei no parlamento em audição convocada extraordinariamente para falar sobre o assunto e aí darei as explicações complementares”, frisou.

O novo governante, referiu a ministra, irá já responder ao questionário de verificação prévia à propositura de membros do Governo ao Presidente da República, que contém 36 perguntas e foi aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros.

“Com certeza que sim, foi ontem aprovado em Conselho de Ministros e a pessoa que vier a ser escolhida vai utilizar aquele formulário para poder verificar se tem ou não condições para assumir o lugar”, salientou a ministra.

A audição parlamentar com Maria do Céu Antunes foi requerida por PSD, Chega, Iniciativa Liberal e PAN e aprovada na terça-feira na comissão de Agricultura e Pescas com a abstenção do PS.

No dia em que Carla Alves apresentou demissão, cerca de 25 horas depois da tomada de posse, o jornal Correio da Manhã noticiou o arresto de contas bancárias conjuntas que a então secretária de Estado da Agricultura tinha com o marido e ex-autarca de Vinhais Américo Pereira, informação divulgada menos de 24 horas depois da tomada de posse da governante.

O Ministério Público acusou de vários crimes e mandou arrestar bens do advogado e antigo autarca socialista, que saiu da liderança do município em 2017, num processo de mais de 4,7 milhões de euros que tem mais três arguidos.




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