O município de Miranda do Douro, em colaboração com a GNR, está hoje a proceder ao corte dos acessos aos caminhos rurais que ligam esta zona do planalto mirandês ao território espanhol de Aliste e Sayago.

A medida surge após queixas das populações raianas às autoridades: devido ao encerramento dos pontos de fronteira instalados neste território do nordeste transmontano, os vizinhos espanhóis continuavam a deslocar-se para esta região, através destes caminhos rurais que estão em território transfronteiriço.

"Estamos a cortar caminhos e estradões [com recurso a uma retroescavadora], que ligam Portugal e Espanha através da chamada raia seca. Havia pessoas a atravessar de Espanha para Portugal, com recurso a veículos todo o terreno, numa altura crítica", disse à agência Lusa um representante do município de Miranda do Douro, Aquilino Gingo, que se encontrava no local.

Fonte da GNR também confirmou à Lusa que foram registadas queixas da população em relação a estas práticas.

A Lusa acompanhou ao longo da manhã de hoje as operações que envolveram militares da GNR, funcionários e maquinaria municipal.

Esta iniciativa levou ao corte de acessos transfronteiriços em localidades raianas como Paradela, Constantim, Ifanes, Cicouro e São Martinho de Angueira, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança.

O primeiro ponto a ser cortado foi perto da aldeia de Paradela, que faz fronteira com a população espanhola do Castro.

"Vamos proceder ao corte de todos os estradões. Há pontos que já foram identificados pela GNR como locais de passagem", assegurou o responsável municipal.

Por seu lado, o representante da Junta de Freguesia de Paradela da Raia, Miguel Martins, indicou que a situação está ser colmatada, para evitar "males maiores".

"Esta é uma medida de precaução devido à pandemia provocada pelo coronavírus", concretizou.

A aldeia de Paradela é um ponto de encontro habitual de portugueses e espanhóis, que por estes dias vive momentos de privação de vizinhança, devido ao perigo de propagação da covid-19.

"São medidas tomadas tendo em vista a segurança de todos", enfatizou.

Naquela aldeia, o café e mercaria também se encontram fechados, e o movimento de pessoas, a meio da manhã, era praticamente nulo.

O município tomou medidas idênticas, com colocação de obstáculos neste tipo de passagem.

"Havia pessoas que contornavam as barreiras de segurança na fronteira da Três Marras e passavam para o lado cá", indicou o autarca Jorge Fidalgo.

Portugal elevou hoje para 12 o número de mortes associadas ao vírus da covid-19, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde, que regista 1.280 casos confirmados de infeção.



PARTILHAR:

Ribeira de Pena pede suspensão dos trabalhos nas barragens do Tâmega

Continental reduz 40% dos funcionários em Vila Real