O vice-presidente da Câmara de Miranda do Douro disse hoje que discorda dos 33 casos de morte por Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE) na região transmontana avançados pela Direção Geral de Veterinária (DGAV), afirmando que são “bem mais”.
“Não posso acreditar nos dados avançados pela Direção-Geral de Veterinária, porque os dados avançados não correspondem à realidade vivida nas explorações do meu concelho”, afirmou Nuno Rodrigues.
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da câmara de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, disse que foram pedidos dados a médicos veterinários que prestam serviço naquele concelho e que foram registadas cerca de 70 explorações afetadas e mais de 700 animais infetados, havendo ainda o registo de, pelo menos, 37 mortes.
O autarca acredita que atualmente os números de animais de raça bovina mortos com DHE são “bem mais” e podem mesmo ultrapassar a meia centena, só no concelho de Miranda do Douro.
Nuno Rodrigues apelou ao Ministério da Agricultura que olhe para estes agricultores que se têm esforçado para evitar danos maiores provocados pela DHE.
“Depois de um verão muito seco esta doença agora deixa os agricultores em dificuldades porque os animais que morrem terão de ser repostos, o que agrava a situação económica das explorações pecuária”, disse.
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária disse na quarta-feira à Lusa que o principal foco, na região Norte, da Doença Hemorrágica Epizoótica se verifica em Trás-os-Montes, onde tinham sido identificados, até esse dia, 33 casos.
A DGAV indicava ainda que a DHE é uma doença viral que afeta os ruminantes, em especial os bovinos e os cervídeos selvagens, com transmissão através de mosquitos.
“A doença está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, indicou à Lusa a mesma fonte.
Este organismo acrescentou que, sempre que é detetada uma suspeita de doença, efetua-se colheita de amostras e envio de material ao laboratório, com a respetiva notificação da suspeita aos serviços oficiais da DGAV.
Quanto à origem DHE, a DGAV diz não poder afirmar com segurança qual a proveniência da doença nesta região, mas tratando-se de uma doença transmitida por vetor (mosquito), poderá ter origem no restante território nacional ou em território espanhol.
Questionada pela Lusa, a DGAV indicou ainda que não há limitação de movimentação, que apenas se aplica a trânsito animal de e para outro estado-membro ou país terceiro.
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