Portugueses e espanhóis reuniram-se esta sexta-feiraem Miranda do Douro para desenvolver instrumentos operativos de partilha de informação e comunicação para alavancar vários setores como transportes, área social e económica que permitam desenvolver o interior peninsular.

"Vamos apostar na partilha de informação e transportes públicos entre os dois territórios para promover a cooperação em áreas como turismo de habitação, cultura ou ação social. Queremos partilhar mais equipamentos públicos, em ambos os lados da fronteira, como já acontece com alguns equipamentos municipais", explicou à Lusa o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes.

Para o autarca português, só com projetos "concretos e conjuntos" poderá travar-se o despovoamento deste território raiano do Nordeste Trasmontano e de Sayago e Aliste (Espanha) onde se pretende o envolvimento das comunidades locais.

"Pretendemos fazer um levantamento exaustivo para ficar a saber quantas empresas existem no campo turístico ou equipamentos sociais e culturais em território de fronteira, para que os agentes económicos disponham de elementos para fazer uma partilha de negócios em diversas áreas", indicou o autarca.

Alguns destas partilhas de equipamentos já existem, como é o caso da utilização das piscinas municipais de Miranda do Douro pelos vizinhos espanhóis de Sayago e Aliste. Porém, ambas as partes querem ir mais longe, como foi hoje anunciado na iniciativa bilateral denominada " Nós Daqui e Bós da Daí" que decorreu em Miranda do Douro e que termina no sábado em Sayago.

Outras pretensões conjuntas passam pela criação de carreiras de transportes públicos regulares que liguem o Planalto Mirandês às cidades de Zamora e Salamanca, em Espanha, com paragens em diversas localidades transfronteiriças e ainda o prolongamento da ligação do Itinerário Complementar (IC 5) até Zamora, via Sayago.

"Este é uma iniciava que junta entidades publicas e associativas dos dois lados da fronteira, para promover a coesão territorial nestas regiões ibéricas para elaborar um conjunto de ações que serão entregues na próxima Cimeira Ibérica", vincou Artur Nunes.

Do lado espanhol a gestão conjunta dos fundos europeus para territórios raianos de baixa densidade populacional é outras das pretensões.

"Este encontro transfronteiriço já deveria ter-se feito há muito tempo, porque somos irmãos e temos as mesmas carências e os portugueses aplicam de melhor forma os fundos europeus porque em Espanha há muita burocracia", enfatizou o presidente da associação de empresários de Sayago, Isaac Macias.

Na opinião daquele responsável, "se se olhar para o mapa, logo se verifica que o separa Sayago, Miranda do Douro, Bragança e Zamora é apenas um curso de água”.

"Se estivermos unidos, seremos o centro de vários territórios ibéricos", disse, considerando que a única forma de cativar a atenção de Lisboa e Madrid é “atuar em conjunto neste espaço ibérico".

Para o representante dos empresários de Sayago, chegou altura de cada um deixar de puxar para o seu lado, sendo tempo temos de nos complementar enfatizou.



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