A Câmara de Miranda do Douro, distrito de Bragança, promove de 17 a 19 de maio a recriação histórica da Guerra do Mirandum, iniciativa que envolverá centenas de pessoas e deocorrerá quando se assinalam os 262 anos da batalha.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, disse que esta iniciativa vai envolver algumas centenas de pessoas, de escolas, comunidade local e do comércio local, que vão dar vida a este episódio que mudou a vida da comunidade mirandesa há 262 anos.
“Quando se faz a recriação de um evento histórico desta natureza, onde Miranda do Douro teve um papel importante na defesa do território de fronteira, a comunidade mirandesa envolve-se”, vincou a autarca social-democrata.
A explosão da praça-forte de Miranda do Douro em 08 de maio de 1762 foi um dos momentos considerados mais trágicos da história do município, sendo que, de acordo com o historiador António Rodrigues Mourinho, mais de 400 pessoas perderam a vida durante esta guerra.
O objetivo desta recriação histórica é reviver os heroísmos e as fatalidades da Guerra do Mirandum, que não se pode desassociar da Guerra dos Sete Anos (1756 a 1763).
De acordo com uma nota disponibilizada pelo município, “vai-se recriar o século XVIII com a ambientação barroca, um mercado popular da época e onde se revivem as peripécias de uma guerra”.
“A Guerra do Mirandum não foi um evento positivo para a comunidade local, mas não podemos negar a história, e daqui partimos para uma homenagem aos homens e mulheres que resistiram a este fatídico acontecimento e que reergueram Miranda do Douro”, destacou Helena Barril.
A recriação histórica traz a cenário o confronto com o Conde de Lippe e o Conde de Aranda, revivendo os heroísmos e as fatalidades da Guerra do Mirandum.
Segundo uma investigação da arqueóloga Mónica Salgado e de outros historiadores, a Guerra do Mirandum decorre da participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos, que opôs Portugal e Espanha.
"A disputa em Miranda do Douro ficou conhecida como a Guerra do Mirandum, na qual, a 08 de maio de 1762, o exército do Marquês de Sárria invade a cidade, devido a um acidente ou outra ação, na qual o paiol do Exército português explode, originando a morte de cerca de 400 pessoas”, segundo a arqueóloga, que acrescentou: "derrotados com este acontecimento, a cidade de Miranda do Douro rendeu-se facilitando a entrada do exército franco-espanhol".