O presidente da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, disse hoje que "o clima de medo" face à pandemia de covid-10 vai impedir a circulação de espanhóis pelos comércios e restaurantes daquela cidade.

"Miranda do Douro é uma cidade fronteiriça e, por isso, vive essencialmente atividade comercial com os vizinhos espanhóis. Com medidas restritivas ou não, haverá sempre um clima de medo devido à covid-19, em ambos os lados da fronteira, o que vai prejudicar a atividade comercial na cidade e no concelho", disse à Lusa César João.

O responsável perspetiva uma "época natalícia muito triste em termos comerciais" para este território do Planalto Mirandês.

"Tudo isto vai resultar numa cidade que vai assistir ao encerramento de muitos dos seus espaços comerciais. Uma cidade que, no próximo meio ano, até não haver uma vacina que ajude minimizar os efeitos da pandemia, verá os empresários definhar até ao encerramento dos seus negócios", disse César João.

Segundo o também empresário, há notícias que dão conta do "aumento de casos de covid-19" na vizinha província espanhola de Castela e Leão, bem como do lado português, o que intimida as pessoas a fazerem viagem transfronteiriça, mesmo com as fronteiras abertas.

Para os comerciantes de Miranda do Douro, os negócios da época natalícia são uma forma de equilibrar os rendimentos que são perdidos nos meses mais fracos de cada ano, com desvantagem de 2020 ser um ano " muito mau" para o resultado final das contas.

Em tempo de Natal os espanhóis procuram o comércio de Miranda do Douro para compra de presentes para a família e amigos tais como atoalhados, artesanato, bacalhau, café, artigos despóticos ou têxtil lar, entre os outros.

Para o também empresário, força dos "poucos apoios que têm chegado" por parte do Estado, ainda não há registo de lojas a encerrar ou despedimentos de pessoas.

"Os empresários estão, a todo o custo, a tentar aguentar até ao final do ano a manutenção dos postos de trabalhos, já que as lojas só abrem praticamente para apanhar ar", indicou o dirigente associativo.

Na ótica do representante dos comerciantes e industriais naquele concelho do distrito de Bragança, os reais problema vão acontecer nos três primeiros meses do ano de 2021, com o comércio a encerrar portas.



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