A Associação de Língua e Cultura Mirandesa anunciou hoje a preparação e realização até ao final do ano de um Congresso Ibérico de Línguas Minoritárias, onde estarão reunidos linguistas e investigadores da Península Ibérica.

"A Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ACLM) e a câmara de Miranda do Douro, já assumiram a responsabilidade da organização do congresso ibérico, e nele pretende-se juntar o maior número possível de estudiosos de idiomas minoritários de toda a Península Ibérica", avançou hoje à Lusa, o presidente da ACLM, Carlos Ferreira.

A decisão foi anunciada, no decurso das II Jornadas de língua e Cultura Mirandesa "Amadeu Ferreira", que decorre em Miranda do Douro e que junta estudiosos, linguistas e investigadores da língua mirandesa e asturiana (Espanha).

"Trata-se de uma iniciativa que vai mobilizar uma vasto conjunto de universidades portuguesas e espanholas, ligadas aos diversos domínios linguísticos da Península Ibérica", indicou o também investigador e escritor de língua mirandesa.

Línguas minoritárias ibéricas como o mirandês, o asturiano, o galego, o catalão, o basco ou o arandês, serão alguns dos idiomas participantes.

"Pretendemos dizer através deste congresso ibérico que Miranda do Douro e a língua mirandesa estão numa dialética de abraçar as problemáticas linguísticas na democracia das línguas minoritárias", frisou.

Por seu lado, a assinatura da Carta Europeia da Línguas Minoritários (CELM) por parte do Governo português é tido como um instrumento para a realização da iniciativa cultura e linguística.

"Há já conversações muito avançadas com o Governo nesta matéria, nomeadamente com os ministérios da Cultura, Educação e Negócios Estrangeiros" indicou Carlos Ferreira.

O presidente da câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, disse que importante saber o que se está a fazer na Península Ibérica em relação às Línguas Minoritárias.

"Já fizemos uma primeira abordagem ao Governo para a assinatura da CELM, e aguardámos, e que haja, a breve prazo, algumas conclusões sobre esta matéria o que poderá decidir a data final para a realização do Congresso de Línguas Minoritárias", explicou o autarca.

Segundo os investigadores, o mirandês é o nome de uma língua falada no Nordeste de Portugal, já desde antes da fundação nacionalidade portuguesa.

Para os linguistas presentes nas jornadas da língua, o mirandês é uma língua, que teve a sua origem a partir do latim. Historicamente deriva do tronco linguístico asturo-leonês.

As II Jornadas de Língua e Cultura Mirandesa "Amadeu Ferreira" serviram igualmente para fazer um balanço e uma reflexão, em relação ao que tem sido feito em relação à segunda língua oficial em Portugal, nas últimas décadas.
Lusa



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