A Misericórdia de Valpaços vai aplicar 1,1 milhões de euros na construção de um complexo de moradias onde os idosos podem prolongar a autonomia e adiar a ida para um lar, mas que poderá também acolher famílias carenciadas.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, no distrito de Vila Real, disse hoje à agência Lusa que a nova resposta social da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) conta com o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O investimento previsto ultrapassa os 1,1 milhões de euros, sendo da responsabilidade da Misericórdia o valor de 26 mil euros.

“É um equipamento de transição para as pessoas que saem das suas casas e que, no futuro, poderão entrar numa estrutura residencial para idosos. É uma estrutura intermédia”, salientou Altamiro Claro, classificando o projeto como “pioneiro”.

Trata-se, acrescentou, de uma resposta social “diferenciadora e inovadora” que assenta num “modelo de habitação colaborativa e comunitária, organizada em três módulos habitacionais independentes, com moradias em banda".

Pretende-se “prolongar a autonomia e a vida independente” dos idosos, prevenindo o isolamento social e/ou solidão, bem como evitar ou adiar o ingresso dos mais velhos nas estruturas residenciais coletivas.

Ali poderão ter uma vida independente, cozinhar, lavar a roupa, ou recorrer a esses serviços disponibilizados pela IPSS.

O Complexo Residencial do Pinheiro Manso – Habitação Colaborativa inclui a construção de habitações de moradias de tipologia T0 (cinco), T1 (16) e T2 (duas), com capacidade para um total de 46 residentes.

Segundo explicou o provedor, as moradias vão dispor de áreas e espaços de utilização comum e de serviços de apoio partilhados, podendo ser realizadas atividades culturais ou desportivas, e terá ainda zonas de lazer e hortas para os residentes.

Mas o espaço, de acordo com Altamiro Claro, poderá também acolher “outras pessoas carenciadas”.

Haverá ainda a preocupação de construir os edifícios com materiais “amigos do ambiente” e pretende-se uma autonomia energética.

O prazo de execução do Complexo Habitacional do Pinheiro Manso é de dois anos (2023/2024).

A Santa Casa tem já 10 equipamentos sociais, um hospital e uma unidade de cuidados continuados, conta um total de 360 funcionários, cerca de 700 utentes, distribuídos pelas várias valências como lares, apoio domiciliário, jardim-de-infância ou creche, e um orçamento anual de 10 milhões de euros.

Apesar de se esperar um ano difícil, devido à crise provocada pela inflação e aumento generalizado dos custos, a Misericórdia vai também avançar com um projeto de ampliação do hospital, que inclui a construção de um segundo bloco operatório e o aumento de mais 12 camas de internamento.

“Somos uma instituição equilibrada. Temos sabido gerir bem a instituição e temos sabido conter as despesas, maximizar as receitas e ter ganhos de escala, por exemplo, temos só uma cozinha e uma lavandaria e os mesmos serviços administrativos”, referiu.

O provedor salientou ainda que, em dezembro, a instituição deu a todos os trabalhadores uma gratificação de 20% sobre o salário, como forma de “reconhecer o trabalho desenvolvido e as dificuldades sentidas”.

Reeleito para um novo o último mandato à frente desta IPSS, Altamiro Claro toma posse na próxima sexta-feira.




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