Continua por definir o futuro do Hospital D. Luiz I, recentemente alvo de notícias após o seu encerramento por ter sido detetada uma situação de legionela nas suas instalações.
Por causa da presença da bactéria, os responsáveis da Saúde, decidiram retirar os nove acamados ali presentes para outras unidades bem como o pessoal que ali prestava serviço.
O Hospital da Régua, em tempos uma referência regional no sector, é propriedade da Santa Casa da Misericórdia do Peso da Régua a quem foi subtraído por via da nacionalização em 1975 e foi integrado no CHTMAD – Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Após ter perdido importância e ter sido praticamente esvaziado de funções, no final de 2014, registou-se a intenção da sua entrega ao proprietário visando-se a sua retirada de funções dentro do Serviço Nacional de Saúde.
Iniciaram-se então negociações tripartidas, entre a ARSN - Administração Regional de Saúde Norte, a Misericórdia e a Câmara Municipal do Peso da Régua, procurando-se assim encontrar uma situação de salvaguarda do serviço público às populações da região.
Nessa altura, através de um acordo verbal, ficou acordado que até que se encontrasse uma solução de consenso, ficaria suspensa a liquidação da renda mensal ao senhorio.
Dado que se mantém o impasse e a indecisão por parte da ARSN, apesar de se ter estado perto de uma solução, a Santa Casa da Misericórdia do Peso da Régua, entende ser tempo de exigir o pagamento quer das rendas em atraso quer das atuais com emissão mensal do respetivo recibo, por entender que já não se mantêm os pressupostos do acordo.
Nesse sentido, enviou uma comunicação escrita ao inquilino, não havendo até este momento qualquer resposta por parte deste.
Para o Provedor Manuel José Mesquita, “ é urgente que o Centro Hospitalar e a ARS Norte assumam perentoriamente perante a população da área de abrangência do hospital aquilo que ele vai ter depois de recolocado em serviço, bem como o prazo limite para que tal aconteça”.
Ainda para o responsável da Misericórdia da Régua: “ não deixando de se pautar por uma postura institucional, enquanto senhorios, não podemos deixar que no entreguem o edifício de qualquer maneira. Quanto aos serviços, caso o Estado continue na sua posse, achamos que no mínimo o deve fazer com aquilo que estava previsto na proposta que fizeram à Santa Casa da misericórdia “.
MI/Foto:AP