Agricultores não aceitam que o novo diploma autorize a mistura de azeite com óleos.
O Ministro da Agricultura é acusado, esta terça-feira, pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), de «pÎr em risco» a saúde pública dos portugueses, ao permitir a mistura de azeite com outros óleos vegetais, segundo informação da Lusa.
De acordo com o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, o novo diploma legislativo com que avança, visa obrigar a que os rótulos das garrafas de azeite mostrem a origem do produto e permitam saber a sua «história», desde a produção até ao consumo.
«Pela primeira vez depois das negociações em Bruxelas, [vamos ter] um diploma que permite aos portugueses saber a origem do azeite», explicou Jaime Silva.
Por outro lado, «a legislação continua a autorizar a mistura com óleos e nenhum Estado membro pode proibir a importação», embora Portugal proíba a produção no seu território, especificou o ministro, acrescentando que, «quando é mistura, não se pode chamar azeite, mesmo quando importado».
Neste sentido, «a CAP decidiu denunciar publicamente o risco para os consumidores portugueses da nova legislação proposta pelo Ministério da Agricultura», dizem os agricultores, adiantando que «Portugal passa a ser o único país da União Europeia produtor de azeite a excluir» a proibição da produção que inclua mistura de azeite com outros óleos vegetais.
Para os agricultores, com este diploma legislativo, «o ministro da agricultura prepara-se para destruir a credibilidade e o prestígio do azeite no nosso mercado, colocando também em risco mais um importante sub-sector da economia nacional».
Para o ministro o objectivo da nova legislação é «proteger e valorizar o azeite português».
Quanto aos galheteiros, «somos o único Estado membro que criou legislação nesta matéria». «Numa altura em que, em muitos restaurantes, o azeite é servido como prova» em pratos e não em garrafas, e com regras que protejam o produto português, «esta é uma questão secundária», defendeu Jaime Silva.