Foi um gosto literalmente herdado. O pai deixou-lhe uma colecção de moedas portuguesas e, desde então, Fernando Pizarro Bravo, natural de Chaves, capitão reformado da ex-Guarda Fiscal, tem dedicado parte do seu tempo a um estudo e a aumentar a colecção destes «tesouros monetários». O resultado da investigação, que dura há cerca de 20 anos, foi apresentado, ontem, em Chaves. Em forma de livro.

Trata-se da obra \"Moedas romanas - achados no Alto Tâmega e Barroso\", um estudo onde, entre outras coisas, o autor descreve e exibe (verso e reverso) as 1510 moedas romanas encontradas nesta região, muitas das quais fazem parte do acervo do Museu da Região Flaviense, e outras de colecções pessoais.

No entanto, além destas moedas, haverá muitas mais, reconhece o próprio autor. Nestor Fatia Vital, da Associação Numismática de Portugal, a quem coube apresentar o livro, acredita que o elevado número de moedas romanas que circularam em toda região de Trás-os-Montes, apesar de neste espaço não ter existido qualquer oficina monetária, poderá estar ligada à forte exploração mineira na região.

Reforço de identidade

Em Trêsminas (Vila Pouca de Aguiar), por exemplo, chegaram a ser produzidos 77 quilos de minério por dia, o que envolveria dois milhares de trabalhadores, disse o dirigente da Associação.

O livro contou com o patrocínio da Câmara de Chaves, do Grupo Cultural Aquae Flaviae, bem como apoio financeiro do programa comunitário Leader, através de uma candidatura da Associação de Desenvolvimento do Alto Tâmega.

\"Ao estarmos a apoiar este tipo de iniciativas estamos a reforçar a nossa identidade e a defender as nossas raízes\", considerou o presidente da Câmara de Chaves, João Batista, considerando que \"as moedas são incontornáveis instrumentos de documentação histórica\".



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