O município de Torre de Moncorvo (PSD) aprovou ontem com os votos contra do PS, um orçamento para 2022 de 22,6 milhões de euros, maior do que o anterior fruto das candidaturas aprovadas, disse o presidente da câmara.
“Defino este orçamento como de continuidade, mas também um documento muito vocacionado para aquilo que foram estes oito anos, que passou por atingirmos o equilíbrio financeiro. Trata-se de um equilíbrio financeiro que o executivo quer manter e queremos cumprir a Lei dos compromissos de pagamentos em atraso e que haja uma diminuição progressiva do endividamento”, explicou à Lusa o social-democrata Nuno Gonçalves.
De acordo com o presidente daquela câmara do distrito de Bragança, haverá uma forte aposta na ação social e nas campanhas pelo comércio local que estão a ser encetadas e viradas para o apoio à natalidade e à educação.
Por outro lado, é pretensão do atual executivo municipal de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, finalizar todos os projetos a que se candidatou.
“A candidatura que tem maior peso financeiro é a requalificação da Escola Dr. Ramiro Salgado. Pretendemos iniciar e terminar o pavilhão das Escola Visconde de Vila Maior, com uma dotação de 700 mil euros, para evitar que as crianças saiam do estabelecimento de ensino para o pavilhão municipal para a prática do exercício físico e fazer face a um problema que existe desde sempre”, vincou nuno Gonçalves.
Outra das apostas de orçamento municipal passa por apoiar as ‘start-up’ para que “os jovens e menos jovens, através do empreendedorismo, se consigam estabelecer no concelho de Torre de Moncorvo, tendo em vista a criação da nova zona industrial na Junqueira que será concluída em 2022”.
De acordo com o autarca transmontano, a maior fatia do orçamento cabe às funções sociais, aliadas a uma componente de investimento que vem das candidaturas já efetuadas, onde se destaca a Área de Acolhimento da Junqueira, que será um polo importantíssimo para a fixação e criação de riqueza para o concelho”.
A requalificação da atual Zona Industrial do concelho, situada no Larinho, será outra das apostas inscritas no orçamento para 2022.
A transição digital, alterações climáticas e a resiliência social são outras das apostas.
O autarca de Moncorvo destacou ainda o apoio dado às associações, para que todo o concelho se sinta presente neste orçamento para 2022, “que foi o mais difícil até de concretizar”.
“O chumbo do Orçamento do Estado (OE) trouxe novas condicionantes, desde logo relacionadas com a metodologia a seguir, se a de 2021 ou a da proposta de Lei para 2022”, justificou.
Os vereadores eleitos pelo PS consideraram, na sua declaração de voto, que “está na hora de ir ao encontro das reais carências do concelho a nível económico e social.
“E é aqui que este orçamento nos separa da coligação PSD/CDS, que não responde às reais necessidades das pessoas, empresas e instituições. Traduz a continuidade da insensibilidade social apostando na promoção e na imagem. Falta uma estratégia clara de desenvolvimento, sendo que este orçamento reflete essa falta de estratégia para o concelho”, consideraram.
“Este orçamento ascende a 22,6 milhões o que, pela análise da execução conseguida nos últimos anos, verificamos que há um empolamento desfasado da realidade”, justifica Adriano Menino.
“Um valor de orçamento tão elevado permite assim ao executivo evitar modificações orçamentais, tornando assim arbitrária a gestão orçamental ao longo do ano”, vincou.
O PSD tem maioria no Executivo e na Assembleia Municipal de Moncorvo.