O presidente da Câmara de Montalegre afirmou que a classificação como Património Agrícola Mundial, em abril de 2018, trouxe "distinção internacional" ao Barroso, mas considerou que “falta o reconhecimento nacional”.

O Barroso, que se estende pelos municípios de Boticas e de Montalegre, distrito de Vila Real, foi o primeiro território português a integrar o Sistema Importante do Património Agrícola Mundial (GIAHS) e um dos primeiros a ser aprovado na Europa.

A classificação, anunciada em abril de 2018, é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a promoção e preservação do património agrícola.

Para o autarca de Montalegre, Orlando Alves, a “classificação trouxe distinção mas não trouxe visibilidade”.

“O balanço não é inteiramente positivo porque ainda não vi nenhum governante que quisesse vir fazer uma incursão na terra Património Agrícola Mundial”, salientou.

O “reconhecimento” da FAO é “uma honra muito grande”, no entanto, segundo o presidente, falta levar esse “reconhecimento ao conhecimento do país”.

“Era importante fazer uma visita ao território, ver o que se passa no território e isso é uma lacuna, é o que falta, para que o reconhecimento seja total”, apontou.

“Apenas”, segundo Orlando Alves, o ex-ministro da Agricultura Capoulas Santos esteve em Montalegre, em janeiro do ano passado, para a assinatura do acordo de parceria para a região do Barroso, no âmbito do reconhecimento deste território pela FAO.

O acordo assinado abrange várias entidades e instituições que, através da designada “Plataforma GIAHS do Barroso”, estão a implementar um plano de ação centrado nas linhas de intervenção da FAO e que acrescentam “mais valor” a este território.

O plano de ação, segundo Orlando Alves foi desenvolvido localmente pelas entidades que marcam presença no território, mas “ainda não está em rota de cruzeiro” porque falta “alguém que dirija localmente o desenvolvimento desse plano”.

“Nós já temos uma figura prestigiada para estar à frente do desenvolvimento desse plano de ação, mas queremos, naturalmente, o envolvimento do Ministério da Agricultura. Queremos, sobretudo, que seja o ministério, enquanto entidade tutelar de todo este processo, a suportar os encargos decorrentes dessa contratação”, sublinhou.

O autarca destacou ainda os “povoadores do território”, responsáveis pelo “êxito desta catalogação”.

O Barroso é uma região agrícola dominada pela produção pecuária e pelas culturas típicas das regiões montanhosas, onde se mantêm as formas tradicionais de trabalhar a terra ou tratar os animais.

O comunitarismo é ainda um dos valores e costumes característico desta região, intimamente associado às práticas rurais de vida coletiva e à necessidade de adaptação ao meio ambiente.

O processo de candidatura à FAO, patrocinado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, foi desenvolvido em parceria pela Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT), as câmaras de Boticas e Montalegre, as universidades do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, organizações e associações de produtores agrícolas, profissionais do setor e cidadãos da região.

Foto: António Pereira


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