A Câmara de Montalegre exigiu hoje a passagem controlada em dois pontos de fronteira com Espanha daquele concelho ao invés do fecho decretado pelo Governo que força cerca de meia centena de trabalhadores transfronteiriços a percorrer diariamente 200 quilómetros.

Em comunicado, a autarquia de Montalegre, no distrito de Vila Real, repudiou a decisão do Governo em decretar o fecho das fronteiras ‘Montalegre/Baltar’ e ‘Tourém/Calvos de Randim’ e exigiu “a passagem controlada das fronteiras do concelho”.

“Esta tomada de decisão é justificada tendo em conta que há cerca de meia centena de barrosões com vínculo laboral a empresas galegas, o que irá provocar prejuízos avultados dado que serão obrigados a percorrer diariamente cerca de 200 quilómetros (ida e volta) com os naturais prejuízos financeiros e de saúde daí decorrentes”, salientou.

Fonte da autarquia de Montalegre explicou à Lusa que foi feita uma “comunicação ao Ministério da Administração Interna na sexta-feira, antes de ser publicado o decreto com os pontos de passagem” com o pedido para incluir o concelho na lista, mas que não obteve resposta.

O ponto de passagem autorizado entre Portugal e Espanha mais próximo do concelho de Montalegre é Vila Verde da Raia, concelho de Chaves, também no distrito de Vila Real, localidades separadas por cerca de 42 quilómetros.

A autarquia do Montalegre, que faz fronteira com a Galiza, em Espanha, exigiu “o mesmo tratamento existente na maioria das fronteiras” e realçou não ser concebível que aquele concelho com uma área de 800 quilómetros quadrados não tenha “pelo menos uma passagem controlada pelas forças de segurança”.

“Estamos com os barrosões de braço dado para vencermos as dificuldades do presente. Não toleramos medidas que em nada diminuem as dificuldades, antes pelo contrário. Provocam na população ira e incompreensão para vencer este vírus que, só por si, tem provocado as mais sérias e difíceis contrariedades económicas”, referiu ainda a Câmara de Montalegre na nota de imprensa, assinada pelo presidente socialista, Orlando Alves.

Na sexta-feira, o Ministério da Administração Interna (MAI) explicou as regras que entram em vigor no domingo, aprovadas no Conselho de Ministros de quinta-feira e que contemplam o autoconfinamento (proibição de sair do país) e a reposição do controlo de fronteiras, com suspensão de viagens de comboio e de barco.

No comunicado, o Governo especifica que há oito pontos de passagem permanentes (24 horas por dia), cinco pontos de passagem autorizados nos dias úteis das 07:00 às 09:00 e das 18:00 às 20:00, e um ponto de passagem autorizado (Rio de Onor) às quartas-feiras e aos sábados das 10:00 às 12:00.

Os oitos pontos permanentes são em Valença, Vila Verde da Raia, Quintanilha, Vilar Formoso, Marvão, Caia, Vila Verde e Castro Marim.

Os cinco pontos de passagem nos dias úteis são Monção, Miranda do Douro, Termas de Monfortinho, Mourão e Barrancos.

DYMC // EL Lusa



PARTILHAR:

Autarca de Vila Pouca de Aguiar teve alta hospitalar

Projeto “HabDouro” para o Parque Natural do Douro Internacional