O município de Montalegre promove no domingo uma operação de limpeza na albufeira da barragem do Alto Rabagão, onde o nível de água desceu devido à seca, e de alerta contra o lixo deixado nas margens.
Devido à seca, o nível da água nesta barragem desceu mais de 30 metros, afastando-se das aldeias que envolvem a albufeira, deixando visível muito lixo espalhado pelas margens.
Orlando Alves, presidente da Câmara de Montalegre, no distrito de Vila Real, disse hoje à agência Lusa que “são toneladas e toneladas de plásticos, de vidros e de latas que circundam a barragem”.
“Lamentavelmente este é o espírito de proteção e de defesa do ambiente que reina na cabeça dos desportistas, daqueles que vêm para aqui a pretexto da pesca fazer essa agressão ambiental e também todos aqueles que, no período de verão, vêm usufruir do espelho de água e se prestam a este muito mau exemplo”, salientou.
Conhecida localmente como a barragem dos Pisões, esta é uma atração turística do concelho de Montalegre e é também muito procurada por pescadores, existindo ali uma área de concessão de pesca.
Por isso mesmo, segundo o autarca, a ação visa também alertar e sensibilizar para a preservação do ambiente.
A operação de limpeza vai envolver os camiões e funcionários do município, associações culturais e desportivas e voluntários e vai decorrer nas várias localidades que circundam a barragem, como Chã, Morgade, Negrões e Parafita.
O Alto Rabagão foi também uma das barragens abrangidas pela decisão do Governo de suspender a produção hidroelétrica, uma medida que ajudou a manter o nível da albufeira.
O autarca disse que o impacto da chuva que caiu nos últimos dias foi “insignificante” para o nível de água da barragem.
A autarquia tem em curso nas redes sociais uma campanha de sensibilização para a poupança e uso regrado de água, deixando conselhos aos munícipes.
“A água é um bem finito, um bem escasso, cada vez mais escasso. As fábricas não conseguem fazer água e nós temos de preparar a comunidade para a diminuição das reservas que é visível e manifesta”, referiu.
E, acrescentou, se não chover o município terá de “reservar uma parte significativa do seu orçamento para acudir a eventuais necessidades que lá mais para a frente venham a revelar-se, nomeadamente no apoio às populações que possam vir a ficar privadas de água e no apoio também à produção animal”.
No final do mês de fevereiro, 66,2% de Portugal continental estava em seca extrema, 29,3% em seca severa e 4,5% em seca moderada, de acordo com o índice meteorológico de seca do Instituto português do Mar e da Atmosfera.