O Barroso saiu à rua para exigir aos políticos que em campanha que digam ao que vão , as associações, representantes das Populações da região sentem que “não são ouvidas e a sua vontade não é respeitada” e temem que após as eleições sejam tomadas decisões que prejudicam o território.
Centenas de pessoas desfilaram este sábado em Montalegre contra a proposta do governo em avançar com as minas na região do Barroso contra a sua vontade.
O protesto surgiu após o Movimento Não às Minas – Montalegre ter solicitado a todos os partidos concorrentes às eleições legislativas uma tomada de posição sobre a exploração mineira no país e, em particular, na região do Barroso. A resposta não chegou e o movimento defende que “as pessoas precisam saber o que pensam e que medidas tomarão os partidos”
A Manifestação foi agendada e organizada pelos Movimento Não às Minas e Associação Povo e Natureza do Barroso e contou com a adesão de outras associações e movimentos, incluindo da vizinha Espanha, que lutam contra as explorações mineiras, reunindo pessoas de todo o país em situações idênticas.
As populações sentem que “o poder e os governos centrais não lhes ligam e não querem saber das populações residentes” escudadas na descarbonização e em slogans das energias verdes que ainda estão por provar do seu benefício.
As populações da região sentem que “não são ouvidas e a sua vontade não é respeitada”.
Vitor Afonso do Movimento Não às Minas – Montalegre e a Associação Povo e Natureza de Barroso, diz “entenderam ser este o momento para mais esta chamada de atenção para a incompatibilidade da exploração mineira com o modo de vida das populações locais, por mais propaganda enganosa que se faça em sentido contrário, com as promessas de emprego, desenvolvimento e rigor ambiental”.
Por um Barroso genuíno, biodiverso, culturalmente rico e habitado - a indústria mineira, não é solução!"
"Só na região de Barroso existem, neste momento, projectos para exploração de diversos elementos e minerais de que são exemplo: quartzo, feldspato, lítio, volfrâmio, estanho, molibdénio. Ao todo, são 22 projectos entre concessões para exploração, prospeção e pesquisa num território de apenas 1128 km2 de área, aproximadamente.
"Não à mina. Sim à vida", foi só um dos slogans desta manifestação, um dos objetivos é impedir uma mina a céu aberto, que "vai prejudicar uma região que é património agrícola mundial e reserva da biosfera", onde "as pessoas subsistem com o que a natureza dá", destacando "muitos produtos com denominação de origem controlada".
Os manifestantes, munidos de cartazes e empunhando tarjas com mensagens de protesto, passaram duas vezes em frente ao recinto onde decorre a Feira do Fumeiro de Montalegre presencial.
Entre as palavras de ordem faziam-se ouvir: 'futuro minado, não obrigado' e 'água sim, mina não'.
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Na concentração final, foi referido pelo Movimento Não às Minas – Montalegre que as tarjas e cartazes colocados no dia anterior para a manifestação foram retiradas pela autarquia e que Joaquim Guimarães fotografou dizendo foi ”um a surpresa minha que soube, durante a manifestação, que o que fotografei, foi retirado, apenas só para dizer que Montalegre é uma terra de ditadura. As placas foram tiradas pouco depois das 10 da manhã. Só covardes e traidores, agem assim”.
Fotografias: António Pereira
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