O líder da AD comprometeu-se hoje a aumentar a representação política do interior, também em função do território e não só da população, e com um plano global para as portagens, que discrimine positivamente zonas de baixa densidade.
Perto do final de uma arruada em Chaves (distrito de Vila Real), Luís Montenegro prestou declarações aos jornalistas durante cerca de 15 minutos, onde falou sobre a importância de fixar população nos territórios mais despovoados, como os distritos de Vila Real e Bragança, por onde passa hoje a campanha da AD.
“Há um sentimento de grande frustração por, geração após geração, cada vez serem menos as pessoas que aqui conseguem ter um projeto de vida viável. O nosso plano é um plano de tentar reanimar economicamente estas zonas com aquilo que são atividades que podem aqui ser mais competitivas”, disse.
Questionado se pretende uma reforma do sistema eleitoral, Montenegro teve de pedir aos elementos das juventudes partidárias que cantassem mais baixo para ser ouvido pela comunicação social.
"Nós apresentámos na última legislatura, no nosso projeto de revisão constitucional, a inclusão na Constituição de uma norma que permita abrir a representação não apenas em função da população mas também em função do território. Ou seja, que o sistema eleitoral possa admitir uma lei onde a representação de distritos que têm menos pessoas possa ser compensada com a dimensão territorial dos próprios círculos”, disse, manifestando a intenção de retomar a proposta “mal o processo de revisão constitucional se abra”.
Caso contrário, alertou, “qualquer dia há distritos que pura e simplesmente não têm representação”, o que seria um “um falhanço grande”.
Questionado sobre a sua posição quanto às portagens do interior, que o PS promete eliminar, Montenegro voltou a recordar que o PSD apresentou uma proposta no parlamento para as reduzir em 50% e tal não foi executado pelo Governo.
“O que eu acho é que estando as concessões a chegar ao fim do seu tempo, vai haver uma decisão que se vai abrir nos próximos tempos que é a de prolongar ou lançar novos concursos de concessão, que é o que eu quero: lançar novos concursos em que as condições de financiamento podem ser revistas”, disse.
O líder do PSD considerou que “há condições para ter um plano geral relativamente às portagens”.
“Eu compreendo aquilo que se diz nas zonas menos densas do ponto de vista populacional, mas também penso muito nas pessoas dos Olivais, de Loures, de Sintra, da Maia, de Vila do Conde, de Matosinhos, que também estão circundadas de portagens às portas da Grande Lisboa e do Grande Porto e que também merecem, do ponto de vista do poder público, um olhar diferente”, defendeu.