A intervenção arqueológica levada a efeito no mosteiro de Castro de Avelãs, em Bragança, permitiu a descoberta de algumas estruturas relacionadas com o antigo edifício, designadamente, as alas conventuais, onde os monjes se alojavam, parte do claustro e algumas salas. O património foi mais valorizado e enriquecido.
Os vestígios agora encontrados são sinais visíveis do antigo mosteiro beneditino, construído supostamente, entre os séculos XII e XIII. As estruturas estão em bom estado de conservação e poderão servir para fazer um esboço do que terá sido a planta do edifício na sua forma original. O imóvel, considerado como o mais importante do género em toda a região transmontana e do qual, apenas, resta a cabeceira, actualmente agrupada à igreja da aldeia.
Apesar de alguns documentos históricos revelarem um mosteiro naquele local, na realidade muito do que se sabe daquele tempo está envolto em lendas. Por isso, o IPPAR -Instituto Português do Património Arquitectónico-, decidiu realizar várias sondagens num terreno contíguo às ruínas do mosteiro, bem como levantamentos arqueológicos, topográficos e sondagens geofísicas.
Segundo o JN apurou, o objectivo destas operações do IPPAR serviram não só para delinear a melhor intervenção a seguir, como também, um conhecimentos mais aprofundado do secular edifício.
No local foram ainda encontrados vestígios da época romana, como cerâmicas, moedas e uma lápide funerária, datada presumivelmente, dos séculos I e V, adiantou, ao JN, uma fonte do IPPAR.
Os vestígios arqueológicos agora objecto de análise e minucioso estudo, poderão estar directamente relacionados com a existência de uma antiga estrada romana que, segundo especialistas na área da História e Arqueologia, poderá ter estabelecido as ligações entre Braga e Astorga, uma localidade bem próximo do local onde foi construído o mosteiro de Castro de Avelães, em Bragança.
A primeira fase da intervenção deverá ser concluída até ao final deste ano, mas há possibilidade de se fazer um trabalho mais alargado. Os trabalhos estão orçamentados em 300 mil euros, comparticipados em 75% por fundos comunitários.