Cerca de 60 moradores do bairro Vale da Vinha, Vila Real, protestaram hoje contra a «invasão de máquinas» que estão a abrir uma estrada para onde será desviado o trânsito da municipal, que encerrará devido às obras na auto-estrada.
Homens, mulheres e crianças vestiram de negro em sinal de \"tristeza\" e espalharam cartazes onde se podia ler: \"Deixem as crianças brincar. Estrada aqui não pode passar. Por uma política séria e justa\", \"Não fomos informados\" ou \"Esperamos apoio da câmara\".
Com vista à construção de um viaduto, obra inserida na Autoestrada Transmontana, entre Vila Real e Bragança, a Estrada Municipal 313 vai ser cortada por um período de cerca de dois meses.
Como alternativa, a concessionária da obra está a construir uma estrada que vai atravessar o bairro Vale da Vinha, em Vila Nova.
Helena Ribeiro reside no bairro e diz que os moradores estão preocupados com a sua \"segurança\", visto que o tráfego \"vai aumentar muito\" naquela zona, tanto de ligeiros como de veículos pesados.
Além do mais, salientou a \"falta de informação\" quanto à obra e diz que foram surpreendidos pelo \"avançar das máquinas\" em direção às suas casas.
\"As nossas crianças ainda brincam na rua. Nós só queremos paz\", sublinhou.
Também Sílvia Alves afirmou que a principal preocupação \"são as crianças\" e teme que esta nova estrada \"passe de provisória a definitiva\".
O vereador da oposição na Câmara de Vila Real, o socialista Rui Santos, juntou-se ao protesto para mostrar a sua solidariedade com os residentes, referindo desconhecer \"qualquer projeto sobre a obra!\" e considerando que \"poderiam ter sido encontradas alternativas que \"minimizassem o impacto sobre as pessoas\".
Miguel Esteves, vereador na autarquia local, explicou que a obra que vai obrigar ao desvio do trânsito na 313 \"é necessária\" para a construção da tão ansiada autoestrada e salientou que a câmara está a \"recolher informações sobre o desvio\".
No entanto, sublinhou que se trata de uma \"solução provisório\" e frisou que é uma obra que não é da responsabilidade da autarquia, mas sim da concessionária.