O Moreirense conquistou hoje a primeira vitória na edição 2023/24 da I Liga de futebol, ao vencer por 2-1, na quarta jornada, no terreno do Desportivo de Chaves, que somou o quarto desaire.

Os minhotos alcançaram o primeiro triunfo desde que regressaram ao principal escalão, depois de se terem adiantado, logo aos três minutos, com um golo do brasileiro Alan. Os transmontanos empataram, aos 72, pelo defesa moçambicano Bruno Langa, mas João Camacho, aos 84, sentenciou o encontro.

Com este triunfo, imediatamente depois do empate na visita ao Famalicão, o Moreirense, que tem em atraso a receção ao Sporting de Braga da terceira jornada, subiu provisoriamente ao nono lugar, com quatro pontos, enquanto o Desportivo de Chaves permanece na 18.ª e última posição, sem qualquer ponto.

Pela primeira vez este ano os adeptos do Desportivo de Chaves mostraram os lenços brancos ao treinador José Gomes.



I Liga/ Desportivo de Chaves – Moreirense (ficha)

O Moreirense venceu hoje o Desportivo de Chaves por 2-1, em jogo da quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Chaves.

Jogo no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em Chaves.

Desportivo de Chaves – Moreirense, 1-2.

Ao intervalo: 0-1.

Marcadores:

0-1, Alanzinho, 03 minutos.

1-1, Bruno Langa, 72.

1-2, Camacho, 84.

Equipas:

- Desportivo de Chaves: Hugo Souza, João Correia, Bruno Rodrigues, Ygor Nogueira, Bruno Langa (Sandro Cruz, 88), Benny (Paulo Victor, 46), Kelechi, Cafú Phete (João Pedro, 69), Abass Issah (Guima, 69), Héctor Hernández e Lameiras (Sanca, 46).

(Suplentes: Rodrigo Moura, Habib Sylla, João Pedro, Paulo Victor, Sanca, Steven Vitória, Guima, Sandro Cruz e Queirós).

Treinador: José Gomes.

- Moreirense: Kewin Silva, Fabiano, Maracás, Marcelo, Frimpong, Franco (Macedo, 90+6), Lawrence Ofori, Kodisang, Alanzinho (Wallisson, 88), Camacho (Aparício, 88) e André Luís (Pedro Amador, 90+6).

(Suplentes: Caio Seco, Ismael, Matheus Aiás, Wallisson, Aparício, Pedro Amador, Madson Monteiro, Gilberto Batista e Macedo).

Treinador: Rui Borges.

Árbitro: Hélder Carvalho (AF Santarém).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Bruno Rodrigues (10), Frimpong (21), André Luís (45+3), Kelechi (56), Fabiano (86), Lawrence Ofori (89) e Paulo Victor (90).

Assistência: 2.406 espetadores.


COMENTÁRIO:

Moreirense 'carimba' primeiro triunfo ao impor quarta derrota seguida ao Chaves

 Moreirense conquistou hoje os primeiros três pontos na nova temporada, em Trás-os-Montes, ao impor a quarta derrota consecutiva ao Desportivo de Chaves, no encontro da quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol.

Os visitantes entraram melhor na partida, tirando partido da insegurança e passividade do Desportivo de Chaves, o que os colocou em vantagem logo aos três minutos, por intermédio de Alanzinho, assistido por Camacho, que fez o segundo para os visitantes, aos 84, depois de Langa ter empatado a partida aos 72.

Pressionado pelas investidas do Moreirense e desvantagem no marcador, os visitados foram tentando crescer em campo, com passes curtos. A primeira grande oportunidade surgiu aos 16 minutos, por intermédio de Héctor Hernández, que 'encheu o pé' de fora da área, mas o esférico passou rente ao poste esquerdo dos minhotos.

O capitão dos transmontanos esteve perto de empatar aos 28, depois de um rápido contra-ataque do estreante Rúben Lameiras pelo corredor direito até João Correia, que obrigou Kewin Silva a uma grande defesa.

O extremo lisboeta voltou a estar em destaque aos 40 minutos, ao aparecer na área entre os defesas do Moreirense, mas o remate do esquerdino foi facilmente travado pelo guardião dos visitantes. Cinco minutos depois, foi a vez de Fabiano travar uma investida de Abass Issah, que tentou desequilibrar pela esquerda, mas a ação defensiva do lateral brasileiro foi crucial para segurar a vantagem no marcador.

Já na etapa complementar, enquanto o Moreirense foi procurando segurar o resultado à procura do erro do adversário, o Desportivo de Chaves passou a contar com mais um ponta de lança, Paulo Victor, que substituiu Benny, mas continuou a demonstrar insegurança e dificuldade em sair em contra-ataque.

O tom da partida mudou a partir dos 55 minutos, com Héctor a servir Issah Abass que teve tudo para igualar o marcador, mas rematou à figura do guardião minhoto já na área adversária.

Pouco depois, os visitantes viram um golo de Kodisang anulado por posição irregular do extremo sul-africano, perdendo uma oportunidade flagrante de aumentar a vantagem no marcador.

Entretanto, os transmontanos foram procurando chegar à área adversária, crescendo pelas alas, ameaçando a baliza de Kewin Silva, embora sem grande eficácia.

Do lado contrário, aos 71, Alanzinho esteve perto de marcar, mas o esférico saiu rente ao poste esquerdo. Mais sorte teve Bruno Langa, no minuto seguinte, que conseguiu empatar a partida: o lateral dos transmontanos recebeu a bola de Paulo Victor e, numa nova investida pela ala esquerda, conseguiu trair o guardião adversário com um remate certeiro já em cima da linha de fundo.

Com a igualdade no marcador, o Desportivo de Chaves demonstrou outra motivação em campo e foi conseguindo chegar mais vezes ao último terço do relvado.

Do lado do Moreirense, Alanzinho voltou a estar em destaque aos 81, ao rematar em arco à entrada da área, mas o esférico passou perto do poste esquerdo. Mas o segundo golo dos visitantes não tardou: aos 84, Camacho rematou de fora da área, a bola ainda acerta num defesa do Desportivo de Chaves, mas acaba mesmo no fundo das redes de Hugo Souza, 'carimbando' o 1-2.

Já nos descontos, o Desportivo de Chaves foi demonstrando alguma desorientação, aproveitada pelo Moreirense mexeu na equipa e foi procurando superar a defensiva transmontana à procura do terceiro golo.

Do lado dos visitados, os comandados de José Gomes foram tentando mudar a sorte ao longo dos nove minutos de compensação, com vários cruzamentos de olhos postos na área do Moreirense, embora sem sucesso.


I Liga/ Desportivo de Chaves – Moreirense (declarações)

 Declarações após o jogo Desportivo de Chaves-Moreirense (1-2), da quarta jornada da I Liga de futebol, disputado hoje em Chaves:


- José Gomes (treinador do Desportivo de Chaves):

“Aconteceu o pior que nos podia ter acontecido, que foi um golo logo no início do jogo, que trouxe à memória, naturalmente, dos nossos jogadores o último resultado em Faro. Trouxe intranquilidade, nervosismo e falta de discernimento, erros nas decisões e, portanto, toda essa intranquilidade jogou totalmente contra, apesar do controlo, na maior parte do tempo, do jogo com a bola, uma circulação sempre muito por trás, sem perigo para a baliza do adversário.

Pedimos pouco na profundidade, rematámos apenas cinco ou seis vezes na primeira parte, é verdade que o Moreirense só rematou duas, mas nós temos de olhar para aquilo que temos de melhorar e fazer. Nós rematámos mais, tivemos mais controlo do jogo, mas oportunidades claras de golo foram poucas. ´

Apesar de tudo, entrámos melhor na segunda parte, conseguimos o mais difícil que foi chegar ao golo, estávamos por cima do jogo nessa fase e, depois, de repente, ficámos a jogar com menos um jogador, que acabou por ser letal para que o Moreirense tivesse chegado ao 2-1.

[Saída de Bruno Langa] Há aqui alguma falta de maturidade competitiva, neste momento, porque o Langa não podia continuar, mas o Sandro [Cruz] já estava a chegar e era uma questão de segundos para podermos fazer a substituição. Por falta de maturidade competitiva não o fizemos e o facto de não o termos feito, o jogo entretanto não para, estivemos ali uns minutos e durante esses minutos o Moreirense chega ao segundo golo.

Foi um jogo em que imperou o nervosismo e esse nervosismo não deixou que os nossos jogadores mostrassem a qualidade de jogo que podem mostrar.

[Lenços brancos nas bancadas] Se fosse adepto e estivesse na bancada, também não estava satisfeito. Não posso estar satisfeito com a minha equipa, quando tem quatro derrotas. Nem eu, nem ninguém. Se eu fosse adepto do Desportivo de Chaves, também não estava satisfeito nem com o treinador, nem com os jogadores, estava chateado com a minha equipa porque quero ganhar, quero sentar na bancada e ver bom futebol.

O primeiro jogo foi atípico, jogámos à volta de 80 minutos ou mais com menos um. No segundo, fizemos um bom jogo, o resultado não espelha aquilo que aconteceu em campo, mas mostrámos coisas muito interessantes e, entretanto, a equipa estava a ser construída. A goleada sofrida em Faro, contra todas as expectativas, por aquilo que tínhamos feito contra o Sporting de Braga, traz intranquilidade, traz desconfiança, o que é normal. Hoje, começámos o jogo em cima do mesmo sentimento que trouxemos de Faro.

[Possível saída] Já tenho 30 anos de treino de futebol e isso permite-me sentir quando é que há circunstâncias em que é melhor para o clube e para equipa que o treinador saia, eu próprio já vivi isso. (…) Sou trabalhador e tenho de respeitar todas as decisões de quem manda, evidentemente. Seria um cobarde, com letras maiúsculas, se eu dissesse 'tenho de ir embora, tenho de abandonar isto', porque poderia ser um problema ainda maior para o clube. O plantel ainda está a ser construído, a assimilação está toda no início. Portanto, fazendo um paralelismo com aquilo que é a valia transmontana, com a resiliência, com a capacidade de sofrimento, de lutar contra a adversidade (…), eu tenho de ficar aqui para lutar, até as pessoas me quererem.

A insatisfação dos adeptos é legítima, outra coisa é o trabalho que está a ser feito. Os profissionais e as pessoas com responsabilidade sentem e sabem aquilo que está a ser feito”.


- Rui Borges (treinador do Moreirense):

“Como tinha dito na antevisão, queríamos ter bola, o Desportivo de Chaves, numa fase inicial, muito bem, percebeu que o nosso meio-campo estava muito dinâmico, tentou tapar as nossas referências de jogo interior, muito homem a homem na zona interior, obrigou-nos a jogar mais fora.

Chegámos ao jogo numa boa jogada, logo na fase inicial. O jogo foi bom porque ganhámos, mas naquilo que foi o resumo do jogo e aquilo que queremos para a equipa, deixou-nos mais preocupados em ganhar só do que jogar, propriamente, porque houve alguns momentos em que tínhamos bola e fomos pouco dinâmicos a dar solução ao colega que tinha bola.

Demos poucas linhas de passe, muito reativos e não proativos. É certo que, depois, no processo defensivo, muito bem organizados, numa primeira parte em que não deixámos o Desportivo de Chaves criar grande perigo na nossa baliza. Num ou outro lance podíamos ter tido mais qualidade ali no processo de ataque rápido e finalizar de outra forma, mas apesar de tudo acho que chegámos ao intervalo com uma vitória justa.

Na segunda parte, sabíamos de que forma podíamos anular um pouco a largura do Desportivo de Chaves, laterais fundos, sabíamos que se tivéssemos algum compromissos e mantivéssemos a coesão defensiva, íamos ter algumas bolas para sair em contra-ataque, um ataque rápido.

Tentámos enervar, nesse sentido, o Desportivo de Chaves, conseguimos e fomos conseguindo obrigá-los a errar passes, passes até relativamente fáceis, em alguns momentos. Era isso que nós queríamos.

Eles chegam ao golo do empate com uma perda de bola nossa, com a parte do reativo e não proativo (…), pequenos pormenores que treinámos e que não podemos deixar acontecer. Podia ter-nos saído caro.

Depois disso, reagimos um bocadinho, tivemos ali mais situações para sair, o Alanzinho teve quatro ou cinco remates de golo durante os 90 minutos, fez um belíssimo jogo. Naquilo que foi o processo, era o que eu dizia [na antevisão]: a equipa que for mais equilibrada em todos os momentos, nuns jogos vamos jogar com um momento ofensivo, noutros com um momento defensivo, ligadas as transições, como é certo, bolas paradas muito bem organizadas, muito coesos, muito concentrados.

Fomos mais equilibrados em todos momentos, acho que a vitória nos encaixa bem e é justa”.

Moreirense vence pela primeira vez na quarta derrota do Desportivo de Chaves


PARTILHAR:

Marcelo defende revisão célere de regulamentação da região do Douro

Prejuízos elevados e perdas de produção de 70% no olival e vinha em Trás-os-Montes